SÃO PAULO (Reuters) - A estatal federal de energia Eletrobras (SA:ELET3) terá uma importante melhora no fluxo de caixa nos próximos oito anos a partir de 2017, apontou nesta segunda-feira relatório da agência de classificação de risco Moody's, que analisou os efeitos do pagamento de indenizações bilionárias devidas à companhia pela União desde o final de 2012.
As compensações pela renovação antecipada de contratos de concessão de transmissão de quatro subsidiárias da Eletrobras resultaram em um ganho extraordinário de 17 bilhões de reais para a estatal no segundo trimestre, o que é positivo para o perfil de crédito da companhia, disse a Moody's.
A geração de caixa das operações da elétrica deverá subir em 3,1 bilhões de reais nos próximos oito anos. A evolução é vista como significativa pela Moody's, diante de uma geração de caixa de 2,6 bilhões de reais em 2015.
A Moody's estimou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deverá concluir em até dois meses a definição da indenização da Eletronorte, única subsidiária da Eletrobras que ainda não teve o valor homologado.
No total, a Eletrobras reconheceu 33,2 bilhões de reais brutos em indenizações, com previsão de pagar sobre isso 8,8 bilhões em impostos. As compensações serão recebidas a partir de julho de 2017 por meio da cobrança de um encargo nas tarifas dos consumidores por oito anos.
A renovação antecipada dos contratos, no final de 2012, fez parte de um programa do governo federal para reduzir as contas de luz. Outras empresas também receberão as indenizações, como Cemig (SA:CMIG4), Copel (SA:CPLE6) e Cteep.
(Por Luciano Costa)