SÃO PAULO (Reuters) - A Embraer (SA:EMBR3) informou nesta segunda-feira que acertou uma linha de capital de giro para exportação de até 600 milhões de dólares, com prazo de até quatro anos.
Do total, até 300 milhões de dólares virão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com o restante por bancos comerciais.
Em comunicado, a fabricante de aeronaves afirmou que a linha reforçará sua posição de caixa e que segue "avaliando formas adicionais de financiamento, de maneira a manter um perfil de endividamento de longo prazo".
O acerto da linha foi condicionado ao compromisso da empresa de manter empregos por dois meses, disse à Reuters o superintendente da área industrial do BNDES, Marcos Rossi (SA:RSID3). O banco também impôs restrições à distribuição de dividendos e pagamento de juros sobre capital próprio a acionistas.
Segundo Rossi, apesar do empréstimo se enquadrar numa linha tradicional do BNDES, de pré-embarque, o banco incluiu a cláusula de manutenção de empregos, que faz parte da linha emergencial para empresas afetadas pela pandemia da Covid-19.
O setor aéreo sofre com os efeitos da pandemia com forte redução de receita e demanda. O BNDES discute com um sindicato de bancos desde abril um socorro para companhias aéreas do país.
O modelo prevê uma operação híbrida, incluindo emissão de debêntures e bônus. A Embraer pode ser incluída nessa ajuda, mas o empréstimo desta segunda será destinado ao capital de giro.
O demanda inicial da Embraer para essa linha era de até um bilhão de dólares. Rossi admitiu que a frustração do acordo da Embraer com a Boeing influenciou no tamanho do empréstimo.
(Por Aluísio Alves e Rodrigo Viga Gaier)