A Eneva (BVMF:ENEV3) registrou lucro líquido de R$ 372,3 milhões no segundo trimestre deste ano, o que corresponde a um crescimento de 152,7% em relação aos R$ 147,3 milhões contabilizados no mesmo período de 2022. No acumulado do primeiro semestre, o lucro líquido subiu 79,2%, para R$ 595,2 milhões, frente os R$ 332 milhões de janeiro a junho do ano passado.
A receita operacional líquida da companhia alcançou R$ 2,523 bilhões entre abril e junho, montante 87,1% maior na comparação com R$ 1,348 bilhão verificado em igual etapa de 2022. Em seis meses, a receita cresceu 136,4%, para R$ 4,982 bilhões.
Já o Lucro antes de Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações (Ebitda)ajustado alcançou recorde de R$ 1,188 bilhão, montante R$ R$ 700,4 milhões - ou 143,6% - maior na comparação com o mesmo período de 2022. A margem Ebitda ajustado subiu 9,8 pontos porcentuais, para 47,1%.
Segundo a companhia, as aquisições de Centrais Elétricas do Sergipe Participações (Celse) e Central Geradora Termelétrica Fortaleza (CGTF), no segundo semestre de 2022, tiveram papel relevante no resultado. Em conjunto, geraram Ebitda de R$ 575,3 milhões no trimestre.
O avanço do Ebitda também reflete principalmente o avanço nas exportações de energia para Argentina e Uruguai pelas usinas do Complexo Parnaíba, que proporcionaram um Ebitda de R$ 197,8 milhões entre abril e junho deste ano, acima dos R$ 114 milhões no mesmo período de 2022. A demanda média total por importação de energia dos dois países foi de 1,4 gigawatts (GW) médios por dia no trimestre.
No total, a geração líquida de energia das usinas da Eneva totalizou 1.548 gigawatts-hora (GWh) no trimestre, sendo 838 GWh destinados à exportação.
Adicionalmente, a Eneva também destacou o desempenho de sua área de comercialização, que reportou Ebitda de R$ 73,5 milhões no trimestre, 18% acima do realizado na mesma etapa do ano passado, devido ao fortalecimento e reestruturação da comercializadora da empresa após a incorporação da Focus Energia (BVMF:POWE3), o que levou ao crescimento de margem e do portfólio de contratos de comercialização de energia e de clientes.
Por outro lado, a companhia anotou uma redução do SG&A (sigla em inglês para Despesas de vendas, gerais e administrativas) da Holding e do Consolidado, de 40,4% e 5,8%, respectivamente, na comparação anual. Desconsiderando as despesas dos ativos adquiridos recentemente (Celse, CGTF e Futura 1), o SG&A consolidado teria totalizado R$ 112,3 milhões, representando uma redução de 16,4% frente ao reportado um ano atrás, em valores nominais, destacou a empresa.
"O forte resultado do trimestre demonstra a resiliência do nosso negócio: mesmo no atual cenário de baixo despacho térmico, a diversificação das nossas fontes de receita nos levou a um resultado operacional recorde", disse o diretor de Finanças da Eneva, Marcelo Habibe, em nota divulgada à imprensa.
Ele também declarou que a companhia manterá o foco na execução e entrega dos projetos contratados, mas permanecerá com potenciais novas oportunidades de crescimento e diversificação no radar, "dando prioridade à melhor alocação de recursos e disciplina de capital".
A Eneva encerrou junho com uma dívida líquida de R$ 16,6 bilhões, enquanto a alavancagem chegou a 4,26 vezes dívida líquida/Ebitda.