Embraer dispara +20% em dois dias; não foi surpresa para esses modelos financeiros
(Reuters) - A brasileira Prio (BVMF:PRIO3) será uma das maiores produtoras de petróleo do país após adquirir da norueguesa Equinor participação de 60% no campo de Peregrino por US$3,5 bilhões, conforme informação da petroleira nacional.
O negócio dá à Prio 100% do ativo na Bacia de Campos (RJ), potencialmente elevando a produção da companhia em 60 mil barris por dia. Hoje a companhia produz 115 mil bpd de petróleo, de acordo informações da assessoria de imprensa.
Entre as maiores produtoras de petróleo do Brasil estão, pela ordem, Petrobras (BVMF:PETR4) (2,14 milhão bpd), Shell (NYSE:SHEL) (358,6 mil bdp), a TotalEnergies (139,5 mil bpd), conforme dados consolidados de fevereiro da reguladora ANP.
"A aquisição aumenta significativamente a produção da Prio em 55%, atingindo aproximadamente 162 kbpd (considerando os dados de março). Ao deter e operar integralmente o ativo, a Prio pode aproveitar as sinergias dos campos próximos e implementar medidas de eficiência de custos para aumentar a lucratividade", afirmou o Itaú BBA em relatório.
As ações da companhia operavam em alta de mais de 6% por volta das 13h40.
A Prio disse esperar que as operações sejam concluídas entre o final de 2025 e meados de 2026, e que todos os valores serão pagos utilizando os recursos já disponíveis em conta corrente, somados à geração de caixa da companhia até o fechamento da operação.
O negócio agregará 202 milhões de barris de reservas e recursos "1P+1C" à Prio, que no ano passado já havia adquirido uma fatia de 40% no campo pertencente à Sinochem. Com isso, o ativo passará a ser totalmente detido e operado pela companhia, disse a Prio, em fato relevante.
A operação com a Equinor será dividida em duas partes, sendo a primeira delas a aquisição de 40% de participação, conjuntamente com a operação do campo, somando US$2,23 bilhões e mais um "earn-out" de US$166 milhões contingente à conclusão da operação de 20%.
A segunda parte do negócio envolve a aquisição de 20% de participação no ativo, por US$951 milhões.
Os pagamentos devidos na conclusão das aquisições estarão sujeitos a ajustes até o fechamento da transação.
As aquisições estão sujeitas a condições precedentes usuais, como aprovações da agência reguladora ANP e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A petroleira também prevê um aumento temporário do nível de alavancagem para aproximadamente 2,0 vezes a dívida líquida/Ebitda, "que permanecerá dentro de faixas saudáveis e conservadora".
Peregrino envolve uma plataforma flutuante de produção, armazenamento e transferência (FPSO), apoiada por três plataformas fixas.
A Equinor opera o campo desde 2009 e, desde então, cerca de 300 milhões de barris de petróleo foram produzidos pelo ativo, de acordo com a empresa norueguesa.
"O Brasil continuará sendo um país central para a Equinor, enquanto nos concentramos na entrada em operação do campo de Bacalhau e no desenvolvimento do projeto de gás de Raia. Com esses dois projetos em operação e nossa parceria em Roncador, nossa produção de capital próprio no Brasil chegará perto de 200.000 barris por dia até 2030”, afirmou Philippe Mathieu, vice-presidente executivo de Exploração e Produção Internacional da Equinor, em comunicado.
(Reportagem de Fábio Teixeira no Rio de Janeiro, Roberto Samora e Gabriel Araujo em São Paulo e Bipasha Dey em Bengaluru)