Vale (SA:VALE5) teria modificado o relatório para atrapalhar as investigações da PF (Christophe Simon/AFP)
SÃO PAULO - Veja os destaques do mundo corporativo desta terça-feira (31):
Destaques
Polêmica - A Vale adulterou dados sobre a lama em barragem da Samarco após a tragédia de Mariana que aconteceu em novembro de 2015 e resultou em 19 mortes, informa a Polícia Federal, segundo o jornal Folha de S.Paulo. A mineradora teria modificado o relatório para atrapalhar as investigações da PF. Com a fraude, o volume de lama na barragem que rompeu ficou menor que o informado inicialmente.
De acordo com o jornal, em nota, a Vale admite as alterações, mas diz que foram "correções" e que agiu com transparência nas apurações. O DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) afirmou que a mineradora "não poupou esforços para dificultar" as fiscalizações.
Liderança - O presidente da Votorantim Metais, Tito Martins, pode assumir o comando da Vale, segundo informações de Ancelmo Gois, de O Globo. De acordo com o colunista, há uma articulação no meio político para levar Martins à presidência da mineradora que, embora controlada por Bradesco (SA:BBDC4) e Previ, sofre influência do governo.
Oficial - O executivo e ex-ministro Pedro Parente foi nomeado presidente da Petrobras (SA:PETR4) e membro do Conselho de Administração da estatal nesta segunda-feira, após a renúncia de Aldemir Bendine do posto.
Inflação global - A Fibria (SA:FIBR3) informou que vai aumentar os preços da celulose a partir de 1º de junho. Os preços subirão para US$ 710 a tonelada na Europa, US$ 870 na América do Norte e US$ 550 na Ásia. As rivais Eldorado Brasil e Suzano Papel e Celulose (SA:SUZB5) anunciaram aumentos na semana passada.
"Nossa preferência no setor é pelas ações de Suzano que, ao contrário de Fibria, está tocando um bem-sucedido processo de desalavancagem. De todo modo, diante da queda de 37% da Fibria acumulada no ano, em linha com a desvalorização cambial no período, seguiremos monitorando uma eventual entrada no papel", diz o analista Gabriel Casonato, da Empiricus.
Para o alto - BRF (SA:BRFS3) é elevada de neutra para “acima da média” pelo JPMorgan, segundo a Bloomberg News. Os todo-poderosos da companhia, Abílio Diniz e Pedro Faria, estiveram reunidos ontem com o presidente argentino Mauricio Macri para anunciarem que vão injetar R$ 1 bilhão no país vizinho em 2016. O valor corresponde a 50% dos investimentos que a companhia fará em todo o mundo neste ano.
"No que diz respeito à companhia brasileira, falamos bastante sobre as boas perspectivas em torno do processo de internacionalização, hoje no topo das prioridades do management. A 15x o lucro projetado para 2016, com queda de 17% acumulada no ano e em meio às conversas de que pode ter o controle adquirido pela Tyson, achamos que BRF segue merecendo a sugestão de compra", afirma o analista Gabriel Casonato, da Empiricus.
Mais prejuízo - A Pharol, principal acionista da brasileira Oi (SA:OIBR4), anunciou prejuízo de 65,9 milhões de euros no primeiro trimestre, ante perda de 43 milhões de euros um ano antes, com a incorporação de resultado negativo de 64,1 milhões de euros da Oi. O resultado também engloba o cancelamento de 10% de uma opção de compra de ações da Oi e 1,5 milhão de euros de custos operacionais.
Surpresa - A Volkswagen divulgou um aumento inesperado no lucro operacional do primeiro trimestre, de 3,4 bilhões de euros ante 3,3 bilhões um ano antes, incluindo 300 milhões de euros de "ajustes ligados ao câmbio" a provisões para a crise de emissões, conforme a montadora busca superar o escândalo de emissão de poluentes que a atingiu.
Estreia - A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicados de funcionários da Petrobras indicaram paralisação das atividades por 24 horas em 10 de junho, no que seria a primeira mobilização contra o governo do presidente interino Michel Temer.
Outro pato - A Medida Provisória 706/15, que será apreciada na terça-feira (31) pelo Senado, poderá jogar para o Tesouro e para os consumidores custos bilionários decorrentes de ineficiências e dívidas de distribuidoras da Eletrobras (SA:ELET3) e outras elétricas estatais da região Norte, alertaram especialistas.