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'Estamos falando com empresas, e queremos comprar', diz presidente da Mondelez

Publicado 08.04.2023, 04:04
Atualizado 10.04.2023, 07:24
© Reuters 'Estamos falando com empresas, e queremos comprar', diz presidente da
CC
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A americana Mondelez traçou um plano de crescimento ousado: dobrar o faturamento até 2030. Para isso, o mercado brasileiro será essencial, segundo Liel Miranda, presidente da empresa no País. Miranda diz que a Mondelez vê potencial para dobrar ou até triplicar a venda de chocolates no Brasil. Além do crescimento da própria operação, a companhia deixa claro que tem apetite, e dinheiro em caixa, para ampliar o faturamento por meio de aquisições de empresas por aqui, especialmente nos segmentos de chocolate e biscoitos. "Estamos falando com os concorrentes diretos e queremos comprar (outros ativos). Para que possamos continuar crescendo no País, precisamos de alguém que queira vender a empresa", afirma.

A seguir, os principais trechos da entrevista:

A inflação do chocolate foi cinco vezes maior do que a do índice geral nos últimos 12 meses. O que causou esse descolamento? Isso atrapalha as vendas de Páscoa?

O índice tem uma série de preços que não, necessariamente, refletem a inflação de oferta e demanda. A expectativa para a Páscoa é positiva. Tivemos anos muito positivos na categoria de chocolate, mas também em biscoitos e gomas e balas. Só que o chocolate cresceu consistentemente, a dois dígitos, nos últimos três anos. Para a Páscoa, não vai ser diferente.

Há espaço para ampliar o consumo do chocolate no País?

Sim. O consumo per capita anual ainda é de 2,5 kg no Brasil. Nos Estados Unidos, é de 6 kg e, na Europa, é de 8 kg. O mercado de chocolate é uma área que acreditamos ter muito espaço para crescer.

Qual será a estratégia de crescimento da Mondelez?

O plano da Mondelez é dobrar o tamanho da empresa até 2030, indo de um faturamento anual de US$ 30 bilhões, em 2022, para US$ 60 bilhões. Temos de crescer organicamente cerca de 5% ao ano em nossa operação global. Mas isso não fará a empresa dobrar de tamanho. Então, uma parte desse crescimento será inorgânico (com aquisições). Nós estamos buscando oportunidades para consolidação, principalmente nos segmentos de chocolate e biscoito, que são os dois que queremos dar mais foco. Então, só no ano passado compramos empresas com quase US$ 2 bilhões de faturamento nos três continentes, e nós ainda temos uma agenda de aquisições para continuar nessa jornada. No Brasil, não será diferente, estamos olhando o mercado. Estamos falando com os concorrentes diretos e queremos comprar. Para que possamos continuar crescendo, só precisamos de alguém que queira vender a empresa.

Qual é a importância do Brasil nessa estratégia global de crescimento?

Brasil, China, Índia, o sul do Vietnã e a Indonésia são os mercados que chamamos de emergentes. Esses países têm responsabilidade de manter o nosso crescimento anual de dígito duplo (acima de 10%). O Brasil tem de continuar crescendo a duplo dígito até 2030. Então, confiamos que o mercado deve abrir oportunidades para fazer investimentos inorgânicos.

Como a empresa lida com o aumento de custos de ingredientes?

O que nós fizemos primeiro foi entender melhor o consumidor e lançar formatos diferentes dos nossos produtos. A segunda estratégia foi buscar o aumento da nossa produtividade.

Há uma expectativa de quando o mercado deve acalmar e essa pressão de custos arrefecer?

O pior já passou. O último grande problema que nós enfrentamos foi o fechamento da China (por causa da pandemia). Com relação à matéria-prima, até o fim de 2022 tínhamos ainda alguma dificuldade, mas a cadeia está totalmente normalizada. Sentindo a menor pressão de custo, a indústria vai poder repassar menos o preço.

Como o sr. avalia a mudança nas regras de embalagem? Houve algum impacto para a companhia?

Nós já fazíamos questão de comunicar para o consumidor a quantidade de calorias dos nossos produtos. A comunicação na embalagem faz todo sentido, porque é uma maneira de informar o consumidor ainda mais. Não acredito que isso terá impacto nas vendas.

O consumo excessivo de produtos como chocolates e biscoitos é sempre apontado como vilão da saúde dos consumidores. Como lidar com isso?

Hoje, mais de 25% do nosso volume é de unidades com menos de 200 calorias, porque nós partimos da ideia do consumo consciente dos nossos produtos. Obviamente, você quer comer chocolate porque ele é um impulso, uma indulgência, o que é importante. É importante que as pessoas tenham acesso a esse prazer, mas com moderação.

Há planos para ampliar a produção de cacau no Brasil?

Hoje, nossa grande fonte de cacau é a África. O Brasil já foi o maior exportador de cacau do mundo, mas tivemos a praga da "vassoura de bruxa", nos anos 1990. Agora, cerca de 25% do cacau que compramos é produzido aqui. Até 2025, queremos comprar 100% do cacau produzido pelo programa Cocoa Life (de estímulo à produção sustentável).

Como está o progresso dessa meta?

O ganho de escala do programa até 2025 será mais fácil. A grande dificuldade foi cadastrar esses produtores rurais, treiná-los, fornecer o pacote tecnológico e eles começarem a produzir o cacau, que é uma cultura muito longa, que demora de quatro a cinco anos para dar frutos. Neste momento, nós estamos chegando no ponto em que vamos materializar esse projeto.

Esse programa também ajuda a combater, por exemplo, casos de trabalho infantil, que são comuns na cadeia mundial de cacau?

Com certeza. Parte da essência do programa é de que não tem desmatamento, respeita todas as legislações ambientais e as famílias de produtores têm uma renda mínima para que possam trabalhar e colocar as crianças na escola. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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