Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - Estrategistas veem um cenário ainda positivo para a bolsa brasileira em fevereiro, dada a possibilidade de avanço da agenda reformista no país e balanço de riscos externos relativamente controlado, mas alguns não descartam uma eventual pausa no ritmo de ganhos.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa acumulou alta de 10,8 por cento em janeiro, melhor desempenho mensal em um ano.
"Um respiro no Ibovespa é possível", afirmaram o Karel Luketic e equipe, da XP Investimentos, citando em relatório a clientes que, embora o Ibovespa negocie a múltiplo próximo da média histórica, nomes expostos à atividade doméstica já negociam com prêmio de 22 por cento.
"O mercado já antecipou parte da melhora do cenário no Brasil, e fevereiro pode trazer volatilidade", afirmaram.
Eles ressaltaram, contudo, que ainda enxergam um risco-retorno atrativo, e vemos a bolsa como o melhor investimento no Brasil. "Se bem executada, a agenda liberal pode levar a uma revisão positiva de lucros, uma menor percepção de risco e uma maior alocação para ações no Brasil."
A equipe da BB Investimentos também acredita que o tom positivo visto em janeiro deve perdurar, embora com menor ímpeto. "Internamente, no cenário político, nossa percepção é a de boa possibilidade de avanço da agenda reformista, já que o governo parece contar com bom capital político", disse em nota.
No mercado, após sinalizações do governo, a expectativa é de que uma proposta inicial para a reforma da previdência, considerada crucial por investidores pelo seu relevante impacto fiscal, deve ser conhecida este mês e deve ser robusta.
Para estrategistas do BTG Pactual (SA:BPAC11), há muito espaço para as ações brasileiras continuarem subindo, dado o cenário de queda nas taxas de juros de longo prazo, que devem cair ainda mais no caso de aprovação da reforma da Previdência, bem como continuidade no crescimento dos lucros das empresas.
"Alguns podem argumentar que o Ibovespa subiu muito nos últimos meses, mas nós discordamos de todo o coração", afirmaram Carlos Sequeira e Bernardo Teixeira, em relatório a clientes.
No exterior, o embate comercial entre os Estados Unidos e a China permanece no radar, com potencial de adicionar volatilidade, enquanto o viés 'dovish' no processo norte-americano de normalização monetária e políticas de estímulo à atividade na China avalizam o prognóstico positivo.
Os analistas Fernando Bresciani e Pedro Galdi, da corretora Mirae, também citam que, da cena externa, a Brexit deve voltar influenciar o humor dos investidores no velho continente.
Veja abaixo quatro carteiras de ações para fevereiro compiladas pela Reuters:
CARTEIRA PESO
BB Investimentos
CSN (SA:CSNA3) 10%
Gerdau (SA:GGBR4) 10%
IRB (SA:IRBR3) 10%
Itaú Unibanco (SA:ITUB4) PN 10%
Klabin (SA:KLBN11) 10%
Lojas Renner (SA:LREN3) 10%
MRV (SA:MRVE3) 10%
Pão de Açúcar (SA:PCAR4) PN 10%
Petrobras PN (SA:PETR4) 10%
Via Varejo (SA:VVAR3) 10%
BTG Pactual
Petrobras PN 15%
Banco do Brasil (SA:BBAS3) 10%
B3 10%
Lojas Renner 10%
Rumo (SA:RAIL3) 10%
PagSeguro (NYSE:PAGS) 10%
Localiza (SA:RENT3) 10%
Equatorial (SA:EQTL3) 10%
Iguatemi (SA:IGTA3) 10%
Oi (SA:OIBR4) 5%
Terra Investimentos
Petrobras PN 15%
Itaúsa (SA:ITSA4) 15%
Gerdau 15%
BRF (SA:BRFS3) 15%
Braskem (SA:BRKM5) PNA 15%
Via Varejo 10%
Qualicorp (SA:QUAL3) 15%
XP Investimentos
Azul (SA:AZUL4) PN 10%
B2W (SA:BTOW3) 5%
Banco do Brasil 10%
Gerdau 15%
Itaú Unibanco PN 10%
JBS (SA:JBSS3) 15%
Localiza 5%
Petrobras PN 10%
Ultrapar (SA:UGPA3) 10%
Vale (SA:VALE3) 10%
Mirae
Ambev (SA:ABEV3) 10%
B3 10%
Banco do Brasil 10%
Iochp-Maxion 10%
Itaú Unibanco PN 10%
Klabin 10%
Petrobras PN 10%
Rumo 10%
Ultrapar 10%
Usimnas PNA 10%
*Carteira Meta