Bruxelas, 3 nov (EFE).- A Europa segue avançando rumo à recuperação econômica e, apesar de se encontrar em um ponto de inflexão após sair da recessão, ainda não conseguiu tirar o pé do freio pelas dúvidas em torno do sistema financeiro e devido ao elevado desemprego.
O continente está passando da estabilização à recuperação, "mas, apesar de haver sinais positivos, sobretudo na Espanha, não é para se entusiasmar e relaxar", disse à Agência Efe Vincenzo Scarpetta, analista do centro de estudos Open Europe.
Um aspecto que poderia trazer incerteza a este panorama mais otimista é um resultado pior que o previsto da análise do estado de saúde dos bancos por parte do Banco Central Europeu (BCE) e da Autoridade Bancária Europeia (ABE) e a estagnação dos líderes nas negociações sobre o mecanismo único de resolução bancária, que completará a união bancária, advertem os analistas.
A eurozona saiu da recessão mais grave de sua história no segundo trimestre do ano, o que a faz olhar com mais otimismo para o fechamento do ano.
Se não há eventos que turvam este panorama haverá mais notas positivas para 2014 e 2015, segundo refletirão as previsões macroeconômicas que a Comissão Europeia publicará na terça-feira.
A Espanha também saiu finalmente da recessão no terceiro trimestre do ano, ao crescer 0,1%, após emendar cinco anos de crise econômica e nove trimestres de queda do PIB.
Na Espanha se destacam o excedente do balanço de pagamentos, a queda dos custos trabalhistas e a conseguinte recuperação da competitividade, e inclusive, uma ligeira diminuição do desemprego.
No entanto, tanto o governo espanhol como os analistas advertem que todos estes dados devem ser encarados com cautela, segundo Scarpetta, porque os "problemas de fundo seguem, como as elevadas taxas de desemprego e de dívida".
"A recuperação é muito débil e requereria muito tempo", acrescentou o analista.
No último mês de maio, a Comissão Europeia rebaixou ligeiramente (em um décimo) suas projeções do PIB espanhol para 2013, ao prever uma contração de 1,5%, apesar de ter melhorado (igualmente em um décimo) seus cálculos para 2014, quando a economia espanhola poderia crescer 0,9%.
O governo espanhol prevê que o PIB se contraia 1,3% este ano, em linha com as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e que cresça 0,7% o próximo ano, acima da alta de 0,2% prevista pelo organismo com sede em Washington.
Para o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Olli Rehn, "as economias europeias estão em um ponto de inflexão. Experimentamos uma recuperação sutilmente modesta este ano e estaremos em uma posição mais forte no próximo".
Em suas últimas projeções de maio, o Executivo comunitário predisse que a eurozona acabaria 2013 com uma contração de 0,4% antes de remontar em 2014 com um avanço de 1,2% do PIB, enquanto o conjunto da UE fecharia o ano com uma queda de 0,1% e uma alta de 1,4% no próximo.
Mas, ainda que as novas previsões da próxima terça-feira reflitam uma nota mais positiva no conjunto da eurozona e da UE, ainda ficam grandes desafios, entre eles as elevadas taxas de desemprego, principalmente entre os jovens.
Rehn começou recentemente a prever "uma melhora na situação de desemprego no curso do próximo ano".
Enquanto isso, o FMI espera "enormes" desafios para a recuperação, especialmente devido ao "inaceitável" alto nível de desemprego e os problemas de acesso ao crédito nos países da periferia que ameaçam cair na estagnação.
Em suas últimas projeções, a Comissão previu que 2013 será encerrado com um desemprego de 12,2% e, em 2014, com um décimo a menos na eurozona, enquanto na UE ficaria em ambos anos em 11,1%.
Embora a Comissão veja um incremento nas exportações e na demanda interna, a recuperação não bate em todas as portas de maneira igual e Bruxelas se preocupa também com o grande superávit comercial da Alemanha.
"Há uma grande divergência entre os países-membros, incluídos os níveis ainda inaceitáveis de desemprego em muitos Estados", ressaltou Rehn recentemente.
Também o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, pediu cautela quando disse esta semana em Madri que as medidas da eurozona conseguiram restaurar a calma nos mercados financeiros e "a recessão parece ter acabado", mas é "duvidoso" que isso signifique que países tenham se recuperado plenamente da crise. EFE
O continente está passando da estabilização à recuperação, "mas, apesar de haver sinais positivos, sobretudo na Espanha, não é para se entusiasmar e relaxar", disse à Agência Efe Vincenzo Scarpetta, analista do centro de estudos Open Europe.
Um aspecto que poderia trazer incerteza a este panorama mais otimista é um resultado pior que o previsto da análise do estado de saúde dos bancos por parte do Banco Central Europeu (BCE) e da Autoridade Bancária Europeia (ABE) e a estagnação dos líderes nas negociações sobre o mecanismo único de resolução bancária, que completará a união bancária, advertem os analistas.
A eurozona saiu da recessão mais grave de sua história no segundo trimestre do ano, o que a faz olhar com mais otimismo para o fechamento do ano.
Se não há eventos que turvam este panorama haverá mais notas positivas para 2014 e 2015, segundo refletirão as previsões macroeconômicas que a Comissão Europeia publicará na terça-feira.
A Espanha também saiu finalmente da recessão no terceiro trimestre do ano, ao crescer 0,1%, após emendar cinco anos de crise econômica e nove trimestres de queda do PIB.
Na Espanha se destacam o excedente do balanço de pagamentos, a queda dos custos trabalhistas e a conseguinte recuperação da competitividade, e inclusive, uma ligeira diminuição do desemprego.
No entanto, tanto o governo espanhol como os analistas advertem que todos estes dados devem ser encarados com cautela, segundo Scarpetta, porque os "problemas de fundo seguem, como as elevadas taxas de desemprego e de dívida".
"A recuperação é muito débil e requereria muito tempo", acrescentou o analista.
No último mês de maio, a Comissão Europeia rebaixou ligeiramente (em um décimo) suas projeções do PIB espanhol para 2013, ao prever uma contração de 1,5%, apesar de ter melhorado (igualmente em um décimo) seus cálculos para 2014, quando a economia espanhola poderia crescer 0,9%.
O governo espanhol prevê que o PIB se contraia 1,3% este ano, em linha com as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e que cresça 0,7% o próximo ano, acima da alta de 0,2% prevista pelo organismo com sede em Washington.
Para o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Olli Rehn, "as economias europeias estão em um ponto de inflexão. Experimentamos uma recuperação sutilmente modesta este ano e estaremos em uma posição mais forte no próximo".
Em suas últimas projeções de maio, o Executivo comunitário predisse que a eurozona acabaria 2013 com uma contração de 0,4% antes de remontar em 2014 com um avanço de 1,2% do PIB, enquanto o conjunto da UE fecharia o ano com uma queda de 0,1% e uma alta de 1,4% no próximo.
Mas, ainda que as novas previsões da próxima terça-feira reflitam uma nota mais positiva no conjunto da eurozona e da UE, ainda ficam grandes desafios, entre eles as elevadas taxas de desemprego, principalmente entre os jovens.
Rehn começou recentemente a prever "uma melhora na situação de desemprego no curso do próximo ano".
Enquanto isso, o FMI espera "enormes" desafios para a recuperação, especialmente devido ao "inaceitável" alto nível de desemprego e os problemas de acesso ao crédito nos países da periferia que ameaçam cair na estagnação.
Em suas últimas projeções, a Comissão previu que 2013 será encerrado com um desemprego de 12,2% e, em 2014, com um décimo a menos na eurozona, enquanto na UE ficaria em ambos anos em 11,1%.
Embora a Comissão veja um incremento nas exportações e na demanda interna, a recuperação não bate em todas as portas de maneira igual e Bruxelas se preocupa também com o grande superávit comercial da Alemanha.
"Há uma grande divergência entre os países-membros, incluídos os níveis ainda inaceitáveis de desemprego em muitos Estados", ressaltou Rehn recentemente.
Também o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, pediu cautela quando disse esta semana em Madri que as medidas da eurozona conseguiram restaurar a calma nos mercados financeiros e "a recessão parece ter acabado", mas é "duvidoso" que isso signifique que países tenham se recuperado plenamente da crise. EFE