Por Barbara Lewis
(Reuters) - Os produtores de cobre devem melhorar suas atuações coletivamente para desenvolver as credenciais éticas e sustentáveis do metal, à medida que o envelhecimento das minas exige mais água e energia para a geração da mesma quantidade do produto, disse nesta sexta-feira um dos principais executivos da BHP.
Muitos na indústria enfatizaram a importância do cobre na busca por uma economia com menos carbono, já que as propriedades como condutor de eletricidade dão ao metal um papel de liderança em qualquer virada em direção aos veículos elétricos e a uma rede modernizada.
Como os locais de extração mais óbvios já foram minerados, porém, o cobre restante é mais inacessível, enquanto o minério de ferro tem menor qualidade, o que significa que mais áreas teriam de ser exploradas.
"Para aproveitar completamente a oportunidade de fazer parte de um futuro sustentável, precisamos minimizar nossas pegadas materiais e ambientais", disse Daniel Malchuk, presidente de operações da Minerals Americas, da BHP (AX:BHP) (L:BHPB), em um discurso em Santiago, onde executivos da indústria participam de uma conferência sobre o cobre nos próximos dias.
"Coletivamente, temos de entregar nossos produtos de forma mais sustentável, tendo em mente o consumidor final ético", disse ele, de acordo com uma cópia do discurso.
Mencionando outras indústrias, como a de tecnologia, em que a Apple (O:AAPL), por exemplo, trabalha para monitorar sua cadeia de suprimentos, Malchuk disse que os produtores de cobre precisam de transparência e supervisão independente, desde as minas até os consumidores finais.
"O desafio da sustentabilidade é, de longe, o maior da nossa geração. Precisamos responder a isso melhorando nosso jogo coletivamente", afirmou.
Ele também citou conclusões da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de que, até 2060, o cobre deverá ter uma pegada ambiental pior em comparação com o momento atual e com outros metais, em uma base por tonelada, se a tendência atual se mantiver.
A mineração em geral luta para ganhar a confiança dos investidores após o desastre em barragem da Vale (SA:VALE3) em Brumadinho (MG), em janeiro, recordar os riscos em torno da atividade. Estima-se que quase 300 pessoas tenham morrido, fazendo deste o acidente de mineração mais letal do Brasil.
A Vale e a BHP são também donas da joint venture Samarco, que teve uma barragem rompida em 2015, em Mariana (MG), que matou 19 pessoas, mas foi classificado como o maior desastre ambiental da história do país.
A BHP, maior mineradora listada do mundo e maior produtora de carvão para metalurgia, usado na produção de aço, afirma que se esforça para reduzir seu impacto ambiental.
No Chile, a empresa diz que investiu na usina de energia elétrica a gás Kelar, que, segundo ela, pode ajudar na virada para a energia renovável, já que o gás compensaria a intermitência observada nas energias eólica e solar.