Enquanto a agenda semanal de indicadores e eventos não ganha força aqui e lá fora, o Ibovespa iniciou a segunda-feira perto da estabilidade, com indicação de que o dia será marcado por realização de lucros, depois de uma semana toda de valorização e de recordes consecutivos de pontuação. Na sexta-feira, subiu 0,40%, pela primeira vez acima dos 130 mil pontos.
Na primeira meia hora de negócios, a falta de motivadores de curto prazo facilitava a realização de lucros na Bolsa brasileira, que já segue aquém dos 130 mil pontos. No entanto, a abertura mista, com sinal de alta prevalecendo em Nova York, ajudou o índice a diminuir o ritmo de queda.
"Certamente há espaço para realização de curto prazo em função das altas seguidas, mas a tendência de mais longo prazo segue sendo de alta", estima o economista-chefe do banco digital ModalMais, Álvaro Bandeira, em análise matinal a clientes.
Dados menos robustos da economia chinesa devem reforçar a expectativa para que investidores locais embolsem lucros. Apesar de ter mostrado expansão de 51% em suas importações em maio no confronto interanual, ficou aquém do consenso das estimativas de 53% de analistas. Some-se a isso, o recuo de 2,38%, do minério de ferro a US$ 202,42 a tonelada no porto chinês de Qingdao. Para completar a estimativa de realização na B3 (SA:B3SA3), o petróleo cai no exterior.
A despeito do resultado da balança comercial chinesa menor do que o esperado, o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, pondera que o desempenho do indicador não é de todo ruim, "mas apenas alguns pontos", afirma. Segundo ele, podem sugerir acomodação em breve dos preços das commodities. "A retomada da economia global está acontecendo, mas não na velocidade imaginada, como mostrou o payroll", diz.
Na sexta, o relatório de emprego dos EUA mostrou a criação de 559 mil vagas em maio, menor do que a previsão do mercado de geração de 700 mil postos. "Hoje, não há nada para abonar, nem para desabonar alta, o que dá espaço para realização", reforça Laatus em conversa com clientes e com a imprensa.
A semana de indicadores, contudo, promete ser agitada, o que tende a também movimentar o Ibovespa. No Brasil, saem dados de inflação de maio, as vendas de varejo e o volume de serviços prestados de abril, além de indicadores coincidentes do quinto mês do ano.
Além disso, o relator, Marcos Rogério (DEM-RO), deve apresentar seu texto sobre a MP da Eletrobras (SA:ELET3) na quarta-feira, que abre espaço para privatização. O texto poderá ser votado no dia seguinte pelo plenário do Senado. Os papéis da Eletrobras reagiam em alta de 3,14% (ON) e de 2,32% (PNB), figurando entre as maiores elevações do Ibovespa.
No exterior, destaque para a balança comercial e relatório Jolts de emprego, ambos de abril nos EUA, além da inflação ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI) da China de maio.
Na B3, destaque para a alta as ações das companhias aéreas Azul (SA:AZUL4) PN (7,22%) e de Gol (SA:GOLL4) PN (4,49%). Conforme fontes ouvidas pelo Broadcast, a Azul iniciou encontro com investidores para possível emissão externa.
Às 10h42, o Ibovespa cedia 0,17%, aos 129.907,44 pontos, após mínima intradia aos 129.678,68 pontos, e máxima aos 130.240,04 pontos.