SÃO PAULO (Reuters) - O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) apontou nesta segunda-feira que a taxa de utilização do Fies em 2014 ficou muito acima da meta que havia sido estipulada em seu painel de gestão para o ano, publicado nesta terça-feira no Diário Oficial da União.
A meta para utilização do programa do governo federal que financia a graduação em instituições privadas de ensino era de 15 por cento no ano passado e o "resultado acumulado 2014" foi de 39,27 por cento.
Em portaria de 2013, o Ministério da Educação esclareceu que a taxa de utilização do Fies mede a quantidade de contratos em utilização do programa sobre o número de matrículas em instituições do ensino superior privadas.
Procurado pela Reuters, o FNDE, que é o agente operador do Fies, não comentou os números.
O governo federal divulgou neste ano uma série de novas regras para a concessão do financiamento estudantil, como nota mínima no Enem e impossibilidade de zerar a redação, em meio a esforços adotados em diversas frentes para arrumar as contas públicas.
Como resultado da adoção de mecanismos para maior controle sobre o Fies, os papéis das empresas de educação vêm sendo duramente impactados neste ano, já que o programa responde por importante parte de suas receitas.
Até o pregão de segunda-feira, as ações da Kroton acumulam no ano queda de 20,8 por cento, enquanto as da Estácio recuaram 14,7 por cento. Os papéis de Anima Educação e Ser Educacional, por sua vez, caíram 33,2 por cento e 51,3 por cento.
Na segunda-feira, o site para inscrições no Fies foi reaberto e passou por períodos de instabilidade devido à alta demanda. As inscrições para o programa poderão ser feitas até 30 de abril.
Associações de empresas do setor esperam pedidos de cerca de 500 mil estudantes no primeiro semestre deste ano. Em 2014, o desembolso do Fies chegou a quase 14 bilhões de reais para 1,9 milhão de estudantes, segundo dados do FNDE.
(Por Marcela Ayres)