Fusão da Gol e Azul não é saudável para aviação, diz ministro

Publicado 08.04.2025, 21:05
© Reuters Fusão da Gol e Azul não é saudável para aviação, diz ministro

O ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou nesta 3ª feira (8.abr.2025) durante a comissão de Infraestrutura do Senado que a fusão das companhias aéreas Azul (BVMF:AZUL4) e Gol (BVMF:GOLL4) não seria “saudável” para a aviação brasileira.

Costa Filho declarou que acredita que é preciso ampliar as operadoras de voo no Brasil, ao invés de reduzi-las. No entanto, disse respeitar a decisão das companhias e espera o parecer do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) sobre o pedido de fusão das aéreas.

“Confesso que tenho dúvidas em relação a esse processo e defendo que o Brasil possa ampliar o número de companhias. Acredito que esse caminho da fusão não é saudável para o setor e para a aviação”, disse.

Costa Filho afirmou ainda que a decisão das empresas aéreas sobre a fusão se deu num momento em que o país não tinha linha de crédito para as operadoras. E que, agora, espera que elas consigam seguir de forma estruturada e independente.

“Não podemos interferir em decisões do setor privado, para não gerar qualquer insegurança jurídica. Temos que respeitar a decisão dessas companhias aéreas”, declarou.

O representante do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o ministério tem uma “posição clara” nas negociações em assegurar que a escolha das empresas não cause redução dos voos e aumentos abusivos nos preços das passagens.

“Temos que analisar quais serão as contrapartidas positivas para o Brasil que essa fusão pode trazer. No entanto, ainda é muito prematuro”, declarou.

FUSÃO AZUL E GOL

A união das empresas aéreas depende da aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Segundo a proposta das companhias, ambas as marcas continuariam a existir de forma independente, mas as duas aéreas poderiam compartilhar aeronaves e voos.

A Azul e a Abra, maior credora e principal investidora da Gol, assinaram em janeiro um memorando de entendimento para explorar a viabilidade de uma fusão entre as duas empresas. No entanto, o documento previa que a transação só será concluída se a Gol cumprir as etapas restantes do seu processo de recuperação judicial nos Estados Unidos.

Em 2 de janeiro, a Gol firmou um termo de transação individual com o governo brasileiro para quitar débitos fiscais no valor de R$ 5,5 bilhões.

O plano de reestruturação, protocolado em 29 de novembro de 2024, pretende converter em capital uma parcela significativa do endividamento da companhia. Conforme os termos do acordo, caso a fusão seja concluída, as duas empresas manteriam suas marcas e operações de forma independente. Eis a íntegra do comunicado (PDF – 100 kB).

Atualmente, Azul, GOL e Latam dominam o mercado nacional. Como mostrou o Poder360, se a fusão for aprovada, as duas empresas terão mais de 60% do mercado brasileiro. GOL e Azul têm, juntas, 327 aviões, ou seja, ocupariam de longe o topo de ranking de maior frota.

Leia mais:

  • Confusão aérea de Azul e GOL empurra conta para brasileiros
  • GOL fecha acordo de US$ 1,25 bi para recuperação judicial nos EUA
  • Fusão entre Azul e GOL pode elevar preço das passagens, diz Aena
  • Fusão da Gol-Azul deve ser concluída em 12 meses, diz ministro
  • Prejuízo da GOL sobe quase 5 vezes e chega a R$ 6,07 bi em 2024

Leia mais em Poder360

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.