A Gerdau (BVMF:GGBR4) anunciou ter recebido a certificação como empresa B para as operações na América do Norte, que inclui as suas fábricas produtoras de aços especiais e aços longos. A empresa é a primeira na região a receber o selo concedido pela B Lab, que avalia companhias com fins lucrativos que demonstram gerar benefícios ao meio ambiente, sociedade e acionistas. A expectativa é que o mesmo movimento aconteça no Brasil até 2025, informou ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) o líder de responsabilidade social e desenvolvimento organizacional da Gerdau, Paulo Boneff.
A conquista faz parte de um compromisso público assumido pela Gerdau em 2019 de certificar todas as suas operações como B corp. Com presença em sete países das Américas, a empresa recebeu no último ano o selo em sua indústria no Peru e na Gerdau Summit, joint-venture (consórcio) da companhia com as japonesas Sumitomo Corporation e Japan Steel Works, em Pindamonhangaba (SP), que também foi a primeira do mundo a alcançar a certificação dentro do setor siderúrgico.
Presente em uma indústria tradicional e responsável por 7% a 9% das emissões mundiais de dióxido de carbono (CO2), a Gerdau tem avançado em seus compromissos para a descarbonização e possui toda a sua produção de aço na América do Norte feita a partir da reciclagem de sucata metálica, o que permite uma menor intensidade nas emissões.
Em 2023, a intensidade de emissões da Gerdau foi de 0,91 tonelada de CO2 para cada tonelada de aço produzido (0,91 t CO2/t de aço), nível menor que a média global compilada nos dados da Worldsteel Association, de 1,91 t CO2/t aço.
Segundo Boneff, o processo de certificação já avançou para as operações do México, Argentina e Uruguai, com previsão de conquista para o selo no primeiro trimestre de 2025. As operações no Brasil, por sua vez, estão previstas para ocorrer ao longo do próximo ano e também devem incluir a atividade de mineração em Ouro Branco (MG).
De acordo com o executivo, o grande desafio do setor e da economia como um todo é reduzir as emissões de gases do efeito estufa, mas ainda existe falta de materialidade dentro das ações vinculadas às iniciativas ESG (Ambiental, Social e Governança, em português). Por isso, a busca pela certificação como B Corp foi estratégia desenvolvida pela empresa para mostrar ao mercado e a sociedade a transparência das ações de impacto positivo da Gerdau.
"Quando revisamos nossa estratégia de sustentabilidade, entendemos que a certificação do sistema B é independente e a mais robusta para atestar as nossas operações", afirmou Boneff.
O processo para conquistar o selo demora em torno de um ano e meio e envolve o cálculo de uma pontuação mínima (80 pontos) a partir das respostas sobre 200 questionamentos, em conjunto com envio de documentos e processo de auditoria que atesta as operações de cada companhia a partir das áreas de governança, trabalhadores, clientes, comunidade e o meio ambiente. Na América do Norte, a Gerdau obteve 101 pontos.
Além da Gerdau, empresas como a Natura (BVMF:NTCO3), Danone, ClearSale (BVMF:CLSA3) e Arezzo (BVMF:ARZZ3) também são outras companhias que já receberam a mesma certificação no Brasil.