RIO DE JANEIRO (Reuters) - As gigantes internacionais Vitol, Trafigura e Glencore (LON:GLEN) estão entre as empresas suspeitas de pagamento de propina a funcionários da Petrobras (SA:PETR4) no âmbito de um esquema de corrupção na área de trading da petroleira estatal com suspeita de pagamentos irregulares de ao menos 31 milhões de dólares, disse o Ministério Público Federal nesta quinta-feira.
De acordo com comunicado do MPF, há suspeitas de que Vitol, Trafigura e Glencore efetuaram pagamentos de propinas para intermediários e funcionários da Petrobras entre 2011 e 2014 nos montantes, respectivamente, de 5,1 milhões de dólares, 6,1 milhões de dólares e 4,1 milhões de dólares relacionados a mais de 160 operações de compra e venda de derivados de petróleo e aluguel de tanques para estocagem.
O valor total de propina de 31 milhões de dólares investigado pela chamada Operação Sem Limites, 57ª fase da Lava Jato, abarca um período de 2009 a 2014, e os procuradores disseram que há evidências de que ao menos dois funcionários da Petrobras com envolvimento no esquema ainda estão em exercício.
Como parte das investigações, a Polícia Federal deflagrou operação nesta quinta-feira para cumprir 11 mandados de prisão preventiva, além de sequestros de imóveis e bloqueio de valores dos suspeitos.
Recentemente, a Vitol e a Glencore fizeram aquisições na área de distribuição de combustíveis no Brasil.
A holandesa Vitol adquiriu 50 por cento da empresa Rodoil, em outubro, enquanto a suíça Glencore levou 78 por cento da Ale Combustíveis, também neste ano.
Não foi possível contatar imediatamente representantes das três empresas citadas.
(Por Pedro Fonseca)