Por Louis Juricic
O Goldman Sachs (NYSE:GS) (BVMF:GSGI34) rebaixou seu alvo para o S&P 500 até o fim de 2022 para 3600 pontos, devido a preocupações com a alta das taxas de juros. O movimento ocorreu após o comitê de política monetária do banco central dos EUA elevar a taxa de juros em 75 pontos-base na quarta-feira, o que se intensificou com o tom duro dos comentários do presidente da instituição, Jerome Powell, fazendo com que as expectativas de juros subissem e os principais índices acionários se desvalorizassem.
O banco acredita que os juros mais elevados provocarão uma queda nos valuations até o fim do ano e que a incerteza maior recomenda um posicionamento mais defensivo.
Um estrategista explicou: "A trajetória esperada dos juros é agora de mais altas do que avaliávamos inicialmente, o que inclina a distribuição dos resultados do mercado acionário abaixo da nossa previsão anterior. O índice S&P 500 tocou nosso alvo anterior para o fim do ano de 4300 em meados de agosto, mas o cenário de juros, desde então, mudou drasticamente. A maior a perspectiva de juros que incorporamos agora em nosso modelo de valuation respalda um P/L de 15x (contra a previsão anterior de 18x) e implica um alvo de 3600 para o S&P 500 para o fim do ano”.
O Goldman Sachs afirmou que a perspectiva para as ações dos EUA estava bastante nebulosa, com as trajetórias de inflação, crescimento econômico, juros, resultados e valuations em constante mudança. Com base em discussões com clientes, o banco declarou que a maioria dos investidores de ações adotou a visão de que um cenário de “pouso forçado” era “inevitável”.
“Publicamos anteriormente que, em uma recessão, a queda do LPA do S&P 500 poderia fazer com que o índice recuasse para 3150 (-17%). Uma queda de 11% no LPA seria consistente com o crescimento real negativo do PIB e a queda de 13% na mediana do LPA durante recessões anteriores. Em um cenário de 'pouso forçado’, o diferencial de taxas aumentaria e os alvos de 3, 6 e 12 meses do S&P 500 seriam 3400 (-10%) / 3150 (-17%) / 3750 (-1%) ”, escreveu o estrategista.
No curto prazo, o foco dos investidores estará voltado ao impacto dos juros maiores nos resultados das empresas, colocando sob escrutínio as margens de lucro recordes.