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GPA vai acelerar revitalizações de supermercados em 2019, vê contínuo ganho de participação

Publicado 26.10.2018, 18:02
© Reuters. Loja da rede de supermercados Pão de Açúcar
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PCAR4
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Por Gabriela Mello

SÃO PAULO (Reuters) - O Grupo Pão de Açúcar (GPA (SA:PCAR4)) planeja acelerar o ritmo de conversões e revitalizações no formato de supermercados em 2019, além de continuar apostando em crescimento robusto do atacarejo, com meta de abertura de 15 a 20 lojas Assaí por ano, disseram nesta sexta-feira executivos da companhia.

"O super é um formato importante para que tenhamos um posicionamento competitivo com os regionais, que cresceram no mesmo ritmo que o atacarejo na crise", afirmou à Reuters o presidente do GPA, Peter Estermann, em entrevista após teleconferência com analistas sobre os resultados do terceiro trimestre.

Na véspera, a varejista controlada pelo grupo francês Casino reportou lucro líquido consolidado de 138 milhões de reais no terceiro trimestre, superando em 37 por cento o montante apurado um ano antes, apoiada na alta de dois dígitos das receitas em meio à contínua firmeza da bandeira Assaí e à melhora nas demais operações da companhia.

Desde abril, o GPA vem ganhando participação de mercado em todos os formatos e bandeiras, uma tendência que Estermann vê continuar no quarto trimestre, com a inauguração de mais 11 lojas Assaí, 12 Compre Bem, 13 Mercado Extra, além de três revitalizações em lojas Pão de Açúcar.

"O último trimestre é extremamente sazonal, temos Black Friday e Natal, então é normalmente bastante competitivo e a companhia está preparada para participar desses eventos de modo forte", afirmou o executivo.

Além dessas duas datas importantes para o varejo, as aberturas e reinaugurações previstas para o período também exigem intensificação das atividades promocionais, o que possivelmente limitará ganhos de margem com uma eventual aceleração da inflação alimentar até o fim do ano, segundo Estermann.

"O impacto da inflação na margem não é tão significativo... parte temos que reinvestir para termos as vendas que esperamos", explicou.

No multivarejo, o plano de conversões e revitalizações das 187 lojas Super Extra avança conforme o planejado e o GPA vê potencial de transformar 50 por cento delas em Compre Bem e 50 por cento em Mercado Extra, de acordo com o executivo.

Só em 2018, serão 36 lojas convertidas. "Não temos nenhum interesse em não ter mais a marca Extra... O Mercado Extra é a revitalização do Super com menos investimento", disse Estermann.

No caso da marca Pão de Açúcar, serão 15 lojas revitalizadas este ano, totalizando 20 desde 2017, afirmou Marcelo Bazzali, diretor-executivo do Pão de Açúcar. Dentro do formato proximidade, o GPA também tem planos de abrir novas unidades do Minuto Pão de Açúcar no próximo ano e do Mini Extra a partir de 2020.

Para o Assaí, o foco será crescimento orgânico, com entrada em novas regiões e Estados, o que vem exigindo uma mudança no posicionamento de marketing da bandeira, destacou o presidente da divisão de atacarejo, Belmiro Gomes.

Na avaliação dele, a "volta discreta" da inflação alimentar vem favorecendo o reajuste de preços no atacarejo, mas é improvável que a margem bruta do Assaí ultrapasse a marca de 16 a 16,5 por cento.

As ações do GPA encerraram a sexta-feira em queda de 2,24 por cento, cotadas a 77,98 reais, enquanto o Ibovespa terminou em alta de 1,95 por cento. Em 2018, os papéis da companhia acumulam ganho de apenas 0,2 por cento.

VIA VAREJO e NOVO GOVERNO

Estermann ainda ressaltou que a venda da subsidiária de móveis e eletrodomésticos Via Varejo (SA:VVAR11) segue em andamento e que o GPA espera que o processo "evolua" passado o período eleitoral.

© Reuters. Loja da rede de supermercados Pão de Açúcar

"Entendendo melhor os rumos para o ano que vem, devemos ter evolução do processo", disse presidente do GPA sem dar mais detalhes.

Questionado sobre as expectativas para o novo governo, ele afirmou que, independentemente de quem seja eleito, a companhia deseja estabilidade do câmbio, inflação controlada e um Banco Central independente.

"E as reformas também são vitais para que possamos ter investimento significativo no país e se reduza a taxa de desemprego", completou Estermann.

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