Por Ileana Garcia Mora
Investing.com – Os mercados mostraram volatilidade nos últimos meses e as projeções sugerem que movimentos como esses podem continuar.
Os analistas da Monex garantem que os quatro fatores apresentados abaixo serão de grande relevância para os mercados financeiros nos próximos meses.
1. Rússia - Guerra da Ucrânia
Desde que o conflito armado russo na Ucrânia começou em 24 de fevereiro, os preços das matérias-primas dispararam, especialmente os preços da energia.
“Por exemplo, desde então o Brent subiu 16%, mas se olharmos os preços antes do Covid, os preços avançaram mais de 80%. São questões que estão afetando as empresas, que estarão em um ambiente de aumento de custos, que afetará os lucros e menor poder aquisitivo”, comentou Carlos Alberto González Tabares, diretor de Análise Financeira e de Mercado de Valores do Grupo Financiero Monex.
2. Inflação
A inflação se tornou uma das grandes dores de cabeça globalmente. Hoje, na maioria dos países, as taxas de juros estão abaixo dos níveis de inflação, devido às medidas implementadas para apoiar as economias em tempos de pandemia. Mas agora os bancos centrais enfrentam o desafio de controlar a inflação.
“Em muitos países a taxa real ainda é negativa, então é muito provável que continuemos vendo países com aumentos em suas taxas de juros, o que significaria menos liquidez nos mercados financeiros, e uma redução em tudo que vimos nos dois últimos anos: liquidez, estímulos econômicos e fiscais. Veremos uma diminuição desses estímulos, além de ajustes nas taxas de muitos países”, disse o analista.
3. China
Sendo uma potência que dinamiza a economia global, a China e seus indicadores macroeconômicos continuarão sendo uma variável que impactará os mercados financeiros.
“À luz da nova ordem econômica mundial, observamos que a economia chinesa, que antes contribuía com 30% da economia mundial, registrou uma certa desaceleração, moderou seu crescimento até um dígito, e agora um um crescimento de 4% no final do ano”, disse González Tabares.
As medidas de confinamento implementadas nos últimos dois anos provocaram fortes rupturas na cadeia de abastecimento e um ritmo mais lento de crescimento global nesta nação.
“A China tem reportado problemas estruturais, especialmente no imobiliário... A China baixou as taxas para apoiar este setor, que representa pelo menos 25% da economia do país, e espera-se que sejam implementadas novas medidas para lhe dar mais apoio”, comentou o analista da Monex.
4. A pandemia
Apesar de os momentos mais críticos da Covid-19 parecerem ficar no passado, a pandemia continua e continuará na mente dos investidores nos próximos meses. Novos surtos e novas variantes, embora mais inofensivos do que as sequelas deixadas no mundo pelo Covid-19, continuarão a ser motivo de preocupação nos mercados.
"Mesmo o aparecimento de novas doenças, como a nova varíola, fará parte das preocupações dos mercados financeiros nos próximos meses", comentou.
Apesar de os fatores ambientais poderem representar dificuldades, a verdade é que, após um período de ajustamento, os mercados poderão voltar a registar uma retoma, o que manterá a atratividade dos instrumentos de investimento.