SÃO PAULO (Reuters) -A Hapvida (BVMF:HAPV3) anunciou que está avaliando alternativas para fortalecer sua estrutura financeira, o que inclui a possibilidade de um aumento de capital por meio de emissão de novas ações, derrubando os papéis da empresa de serviços de saúde negociados na bolsa paulista nesta quinta-feira.
Às 11:55, as ações caíam 25,68%, a 2,17 reais, renovando mínimas históricas e perdendo mais de 5 bilhões de reais em valor de mercado. No mesmo horário, o Ibovespa recuava 0,2%.
A companhia, que pouco depois da divulgação do resultado do quarto trimestre na semana passada já perdeu um valor de cerca de 12 bilhões de reais na bolsa, afirmou em fato relevante na noite de quarta-feira que o eventual aumento de capital, porém, dependerá de condições favoráveis de mercado.
"Se confirmado, avaliamos o potencial aumento de capital no preço recorde de baixa atual da ação de 2,90 reais como misto/neutro", afirmaram analistas do Bradesco BBI em relatório a clientes nesta quinta-feira, no qual também reduziram o preço-alvo do papel de 6,00 para 4,50 reais, com recomendação "neutra".
"A atual posição de caixa da Hapvida parece apertada para enfrentar um cenário desafiador geral e, portanto, justifica um potencial colchão de caixa por meio de ações, dado o mercado de dívida restrito", escreveram Marcio Osako e Caio Rocha.
Eles também avaliaram que a diluição seria baixa (3,5%) e uma injeção de capital reduziria as preocupações com a solvência. "Por outro lado, a necessidade de caixa pode sugerir que os ganhos/fluxo de caixa do Hapvida podem ser piores do que o mercado realmente acredita", ponderaram.
Para analistas do Itaú BBA, conforme relatório a clientes, "em meio a muitas discussões sobre a solvência da empresa... a menção de um aumento de capital como uma opção em um momento de 'valuation' tão pressionada (nos níveis atuais) sugere um cenário mais estressado do que o esperado anteriormente".
A Hapvida integrou no ano passado a rival Intermédica, se tornando a maior empresa verticalizada de planos de saúde do país.
"A companhia permanece avaliando eventuais alienações de ativos não relacionados às suas atividades principais. Este movimento se encaixa no contexto de focar os esforços da gestão em seu negócio principal, especialmente após a fusão com a NotreDame Intermédica (BVMF:GNDI3)", afirmou no fato relevante.
Entre os planos, a empresa está avaliando a venda de ativos fixos "relevantes" em esquemas em que a companhia os aluga de volta. As negociações com "potenciais investidores" seguem em curso, afirmou a Hapvida.
(Por Alberto Alerigi Jr. e Paula Arend LaierEdição de Pedro Fonseca)