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Ibovespa cai 2% com Petrobras em foco e antes de resultado de Vale

Publicado 27.07.2023, 17:07
© Reuters. Painel eletrônico mostra flutuações de mercado na B3
06/07/2023 
REUTERS/Amanda Perobelli
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SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa caiu nesta quinta-feira, depois de ter alcançado na véspera o maior fechamento desde agosto de 2021, influenciado negativamente pela forte queda de Petrobras após dados de produção e perspectiva de reunião do conselho da estatal nesta semana para definir nova política de dividendos.

Vale foi outra contribuição negativa relevante, com queda do minério de ferro na Ásia e antes da mineradora divulgar resultado financeiro nesta noite. Do outro lado, Assaí (BVMF:ASAI3) foi destaque de alta após balanço.

O Ibovespa fechou em queda de 2,1%, a 119.989,64 pontos, interrompendo sequência de cinco sessões de alta. Na mínima da sessão, o índice cedeu a 119.824,52 pontos e, na máxima, foi a 122.598,97 pontos. O volume financeiro somou 22,6 bilhões de reais.

O Ibovespa operou no negativo por praticamente todo o pregão, tendo renovado mínimas na parte da tarde à medida que os principais índices de Wall Street, então em alta, viraram para o vermelho.

"Eu penso que é um movimento de realização", disse Victor Martins, analista da Planner Corretora. "Eu estou vendo hoje uma continuidade do que aconteceu ontem na parte da manhã", acrescentou. Na véspera, o Ibovespa operou em leve queda por boa parte da sessão, mas passou a subir após a decisão do Federal Reserve (Fed) no final da tarde, em dia que também teve elevação de nota do Brasil pela Fitch.

Apesar da queda na sessão, o Ibovespa caminha para a quarta alta mensal seguida, sendo que só em junho o avanço foi de 9%. Nesses quatro meses, o índice foi beneficiado por diversos fatores internos, como andamento de pautas no Congresso, incluindo o arcabouço fiscal, e perspectiva de início de corte de juros no país em agosto, e também pontos externos, como o rali das bolsas norte-americanas.

Em Wall Street, os principais índices acionários fecharam no vermelho nesta quinta-feira, após a notícia de que o banco central do Japão permitirá que as taxas de juros de longo prazo subam ter impulsionado os yields norte-americanos. Investidores também aproveitaram o final da tarde para embolsar lucros. O S&P 500 fechou em queda de 0,64%.

No Brasil, além de Vale, a Multiplan (BVMF:MULT3) e a Hypera (BVMF:HYPE3) divulgam balanços ainda nesta quinta-feira, enquanto Usiminas (BVMF:USIM5) solta resultados na sexta-feira cedo.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) cedeu 5,19%, a 29,39 reais, após cinco altas seguidas, enquanto ON caiu 5,63%, após a petrolífera divulgar, na noite da véspera, queda de 0,6% em sua produção de petróleo no Brasil no segundo trimestre contra um ano antes, enquanto as vendas totais de petróleo, gás e derivados caíram 9,3%. Além disso, os dividendos da empresa também estão no radar. O conselho de administração da companhia deve se reunir na sexta-feira para discutir a nova política de dividendos e uma potencial recompra de ações, disseram fontes à Reuters. O petróleo Brent subiu 1,6% na sessão.

- VALE ON (BVMF:VALE3) exibiu queda de 1,87%, a 70,42 reais, antes de divulgar balanço financeiro no final do dia e após o minério de ferro cair 1,9% em Dalian e 2,3% em Cingapura, uma vez que traders aguardavam por mais detalhes das medidas de apoio à economia prometidas pela China e que impulsionaram a commodity nas últimas sessões. Siderúrgicas também cederam, com queda de 1,96% de GERDAU PN (BVMF:GGBR4) e de 1,36% de CSN ON (BVMF:CSNA3).

- ASSAÍ ON disparou 4,9%, a 13,5 reais. A empresa de atacarejo registrou lucro líquido trimestral de 156 milhões de reais no segundo trimestre, queda de 51,1% sobre o mesmo período no ano anterior, conforme dados publicados na noite da véspera, enquanto a receita líquida subiu 20,3%. Para o Citi, os resultados vieram, em geral, em linha com o esperado, mas com sinais positivos, como a performance de unidades convertidas e a desalavancagem resultante de um menor capital de giro.

- GOL (BVMF:GOLL4) PN caiu 5,83%, a 9,69 reais, após subir até 5,6% no início do pregão. A aérea divulgou nesta manhã lucro líquido de 556,3 milhões de reais no segundo trimestre, revertendo prejuízo de 2,8 bilhões sofrido um ano antes. A empresa também revisou algumas de suas projeções para o ano, tendo cortado a expectativa de crescimento de oferta para expansão de 10% a 15%, de alta de 15% a 20%. Na conferência de resultados, o presidente da aérea disse ver demanda por viagens ainda robusta. A rival AZUL PN (BVMF:AZUL4) perdeu 4,07%.

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) cedeu 2,23%, a 28,12 reais, enquanto BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) recuou 2,27%, a 16,33 reais. Dados do setor bancário foram divulgados pelo Banco Central, com alta de 2,8% nas concessões de empréstimos no Brasil em junho na comparação com o mês anterior. A inadimplência de recursos livres ficou estável.

-BRASKEM PNA recuou 3,31%, a 24,51 reais, após divulgar na noite da véspera prévia operacional com volume de vendas de resinas no mercado brasileiro 10% menor de abril a junho contra um ano antes. "Os fracos números de produção do segundo trimestre reforçaram nossa cautela vista sobre os fundamentos do setor, sugerindo também outro conjunto fraco de resultados no segundo trimestre", disseram analistas do Santander (BVMF:SANB11). Investidores ainda seguem de olho no processo de venda de participação na companhia pelos controladores.

- RUMO ON (BVMF:RAIL3) cedeu 2,63%, a 23,37 reais, após o site Pipeline, do Valor Econômico, dizer que houve sondagens da empresa com investidores para um potencial follow-on.

© Reuters. Painel eletrônico mostra flutuações de mercado na B3
06/07/2023 
REUTERS/Amanda Perobelli

- GPA (BVMF:PCAR3) ON teve variação negativa de 1,2%, a 21,4 reais, após divulgar na véspera prejuízo líquido consolidado de 425 milhões de reais no segundo trimestre, contra prejuízo de 172 milhões de reais no período de abril a junho do ano passado.

- SLC AGRÍCOLA ON subiu 3,14%, a 44,3 reais, nona sessão seguida de ganhos.

(Reportagem de Andre Romani; reportagem adicional de Patrícia Vilas Boas; Edição de Pedro Fonseca)

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