Ibovespa dispara com expectativa sobre próximos passos do BC

Publicado 30.01.2025, 18:04
Atualizado 30.01.2025, 18:40
© Reuters. Painel da B3n05/08/2024nREUTERS/Carla Carniel

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em forte alta nesta quinta-feira, renovando máximas desde meados de dezembro, acima dos 127 mil pontos no melhor momento, com agentes especulando sobre a chance de o Banco Central encerrar o ciclo de altas na Selic mais cedo.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa avançou 2,82%, a 126.912,78 pontos, maior ganho percentual em um dia desde maio de 2023, após marcar 127.168,83 pontos na máxima e 123.431,63 pontos na mínima do dia.

O volume financeiro somou 25,5 bilhões de reais.

Com tal desempenho, o Ibovespa agora acumula uma valorização de 5,51% em janeiro, que deve encerrar uma sequência de quatro perdas mensais. Desde a mínima intradia deste ano, apurada em 14 de janeiro, de 118.222,64 pontos, a alta alcança 7,35%.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC confirmou na véspera as expectativas com aumento da Selic para 13,25% e sinalização de mais uma alta de 1 ponto percentual na próxima reunião, em março, mas deixou em aberto os próximos movimentos.

No comunicado sobre a decisão, economistas enxergaram ênfase do BC aos riscos de desaceleração da atividade econômica doméstica, com alguns não descartando que Copom possa encerrar o ciclo de aperto monetário mais cedo do que algumas previsões.

Dados do mercado de trabalho formal no Brasil mais fracos do que as previsões em dezembro reforçaram tal entendimento, que serviu como gatilho para compras na bolsa paulista, com papéis sensíveis a juros entre as maiores altas do Ibovespa.

Na última pesquisa Focus, divulgada na segunda-feira, a mediana das previsões apontava a Selic a 15% no final do ciclo de alta, mas alguns há economistas com uma previsão de taxa terminal mais elevada, como os do Itaú, em 15,75%.

O penúltimo pregão do mês também mostrou que o governo central registrou um superávit primário de 24,026 bilhões de reais em dezembro, acumulando um saldo negativo de 43,004 bilhões em 2024, ou 0,36% do PIB, segundo o Tesouro Nacional.

Os números não incluem despesas extraordinárias que não serão contabilizadas na apuração da meta fiscal, como os gastos para mitigar efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul. Excluindo essas despesas, o déficit do ano cai a 11,032 bilhões.

A meta fiscal de 2024 é déficit primário zero, com tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB. A contabilização para fins de avaliação do cumprimento do alvo é feita pelo BC e o resultado será conhecido na sexta-feira.

Nem o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que irá impor uma tarifa de 25% sobre as importações do México e do Canadá minou o fôlego no pregão brasileiro.

DESTAQUES

- MAGAZINE LUIZA ON (BVMF:MGLU3) disparou 12,59%, embalada pelo alívio na curva futura de juros no Brasil na esteira da decisão do BC, que favoreceu ações de varejo como um todo. O índice do setor de consumo na B3 (BVMF:B3SA3) avançou 3,01%.

- MRV&CO ON (BVMF:MRVE3) fechou com acréscimo de 4,95%, com ações de construtoras também favorecidas pelo movimento na curva futura de juros. O índice do setor imobiliário encerrou em alta de 3,94%.

- VALE ON (BVMF:VALE3) subiu 4,22%, ainda sem a referência dos futuros do minério de ferro na China, enquanto, em Cingapura, o contrato de referência subiu 1,4%.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) avançou 1,33%, após divulgar estimativas de reservas provadas de óleo, condensado e gás natural de 11,4 bilhões de barris de óleo equivalente no final 2024. Também anunciou elevação do querosene de aviação.

- BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) saltou 5,47%, com o setor acompanhando o viés comprador na bolsa. ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) ganhou 2,44%, BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) avançou 0,73% e SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) valorizou-se 3,83%.

- BRASKEM PNA (BVMF:BRKM5) caiu 2,21%, entre as poucas quedas do dia, em mais um pregão de ajustes, o terceiro seguido, após forte valorização desde o começo do ano. Até a segunda-feira, o papel subia quase 29% em janeiro.

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