Investing.com - O Ibovespa se recuperou da mínima do dia na reta final do pregão, mas fechou em queda nesta quinta-feira com os investidores ajustando suas posições com a expectativa de fracasso da negociação para a aprovação da reforma da Previdência.
O índice cedeu 1,0% aos 71.970 pontos e se encaminha para o pior fechamento em duas semanas. No intraday, o Ibov chegou a tocar na mínima de 71.215 pontos.
A virada de humor com a Previdência passou a ser sentida no mercado já na semana passada, em movimento de baixa interrompido por leve valorização na terça-feira. A sequência negativa fez o Ibov perder quase 3 mil pontos, ou 4%.
Com as perdas da última semana, o Ibovespa encerrou sequência de cinco meses de alta com recuo de 3,7% em novembro. O índice acumulava ganhos desde o tombo com a delação dos executivos da J&F em maio.
A gota d´água para a virada de mão dos investidores veio com a fala do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que fez coro aos comentários negativos de aliados do governo ao dizer que a reforma da Previdência enfrenta resistências na própria base e que será difícil sua aprovação.
“A gente está tentando construir o texto em cima dos 308 votos [apoio necessário para aprovação]. Mas a gente sabe que estamos muito longe disso ainda, muito longe mesmo”, disse após palestrar em um evento promovido pelo banco J.P. Morgan.
A derrocada do Ibovespa destoa do sentimento positivo em Wall Street. O Dow superou os 24.000 pontos pela primeira vez na história com o avanço na reforma tributária com grande redução dos impostos corporativos. O S&P 500 sobe quase 1% para topo histórico e o Nasdaq ganha 0,7%.
A ponta vermelha é liderada pela CPFL (SA:CPFE3) que desabou mais de 20% em dia de OPA, que travou as negociações às 15h. O papel cedeu 24% e encerrou o pregão aos 19,20.
A Eletrobras afundou mais de 6% após documento do Ministério de Minas e Energia indicar a privatização da empresa pela emissão de novas ações, o que provocaria uma diluição dos acionistas. O papel ordinário (SA:ELET3) caiu 6,3% para R$ 18,73, enquanto as ações preferenciais (SA:ELET6) recuam 5,8% para R$ 21,36.
A Petrobras (SA:PETR4) virou na última hora do pregão e avançou 0,3% a R$ 15,38 com a renovação do acordo de corte da produção global entre a Opep e grandes exportadores como a Rússia. A Vale (SA:VALE3) perdeu 1,6% para R$ 35,14.
Fora do Ibovespa, a Gol (SA:GOLL4) chegou a ceder mais de 6%, mas recuperou valor nos últimos minutos e encerrou a sessão com queda de 2,8% a R$ 14,04, enquanto a Azul (SA:AZUL4) perdeu 3,2% a R$ 26,87. O mercado penalizou os papéis após a rejeição no Senado do projeto de lei do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que tinha como objeto a limitação das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do querosene de aviação. O combustível é o principal item na composição dos custos e preços de passagens aéreas.
Com Agência Brasil