SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice de ações da B3 ensaiava melhora nesta sexta-feira, conforme Wall Street se firmava no azul, tendo também no radar a temporada de balanços, com Lojas Renner avançando quase 5 por cento após repercussão favorável ao resultado do primeiro trimestre.
O movimento, contudo, era limitado em meio a um ambiente menos amistoso em outros mercados emergentes, o que contaminava o pregão brasileiro.
Às 12:36, o Ibovespa subia 0,34 por cento, a 83.569 pontos. Na mínima, o índice caiu 0,65 por cento. O volume financeiro era de 4,156 bilhões de reais.
Em Wall Street, o S&P 500 revertia as perdas e tinha alta de 0,9 por cento, mas o dólar seguia se valorizando frente a outras moedas, incluindo peso mexicano e lira turca, mas recuava ante o peso argentino após o banco central daquele país elevar os juros a 40 por cento.
"Há uma cautela geral com emergentes", destacou um trader da área de gestão de grandes fortunas de um banco estrangeiro em São Paulo, citando principalmente o movimento de moedas desses mercados, com preocupações sobre o aumento dos juros nos Estados Unidos amplificando questões domésticas desses países.
O índice de ações de mercados emergentes MSCI cedia 0,12 por cento.
Na agenda desta sexta-feira, dados do mercado de trabalho norte-americano mostraram uma criação de emprego mais branda que a esperada em abril, mas a taxa de desemprego caiu para a mínima de quase 17 anos e meio, a 3,9 por cento. A renda média por hora subiu 0,1 por cento no mês passado.
Na visão de alguns economistas, os números não alteram a trajetória esperada para a política monetária norte-americana, com as previsões já contemplando dois aumentos e a possibilidade de uma terceira alta.
"A bolsa brasileira segue pressionada pela questão dos juros nos Estados Unidos, mas também incertezas políticas locais", acrescentou o diretor de renda variável da corretora de importante banco em São Paulo, citando também fluxo de saída das ações por parte de estrangeiros.
O último pregão da semana também era marcado pela divulgação da última prévia do Ibovespa, que passa a vigorar a partir de segunda-feira, e confirmou as entradas de B2W (SA:BTOW3), CVC Brasil (SA:CVCB3) e Gol (SA:GOLL4).
DESTAQUES
- LOJAS RENNER ON (SA:LREN3) valorizava-se 4,93 por cento, após reportar alta de 66 por cento no lucro do primeiro trimestre, com crescimento de mais de 6 por cento nas vendas no conceito mesmas lojas.
- CEMIG PN (SA:CMIG4) subia 3,66 por cento, tendo no radar elevação da sua nota de crédito pela Fitch e eleição de Adézio de Almeida Lima para presidente do conselho de administração da elétrica mineira.
- SUZANO ON caía 2,08 por cento, na ponta negativa. No ano, o papel acumula alta de mais de 100 por cento.
- RD ON (SA:RADL3) perdia 2,94 por cento, também entre as maiores quedas, após divulgar nesta semana resultado mais fraco do que as expectativas do mercado. Em 2018, o recuo já alcança cerca de 30 por cento.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) subia 0,36 por cento e PETROBRAS ON (SA:PETR3) caía 0,29 por cento, tendo como pano de fundo a alta do petróleo e noticiário incluindo início de fase vinculante para venda da refinaria de Pasadena.
- VALE ON (SA:VALE3) tinha elevação de 0,98 por cento, apesar do recuo dos preços do minério de ferro à vista na China. A ação superou o Itaú na última prévia do Ibovespa e agora detém a maior participação no composição do índice.
- ITAÚ UNIBANCO PN tinha variação positiva de 0,08 por cento, enquanto BRADESCO PN (SA:BBDC4) subia 0,85 por cento.
- BANCO INTER UNIT cedia 5,51 por cento, tendo recuado mais de 10 por cento na mínima, após liquidaçao do Banco Neon pelo Banco Central por comprometimento da situação econômico-financeira e violações às normas legais. Também no radar estava notícia do blog TecMundo de que dados de clientes do Inter vazaram. Consultado pela Reuters, o banco disse que foi vítima de tentativa de extorsão e que imediatamente constatou que não houve comprometimento da segurança no ambiente externo e nem dano à sua estrutura tecnológica.
(Por Paula Arend Laier)