SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta de mais de 1% e acima dos 116 mil pontos nesta terça-feira, renovando máximas desde fevereiro e passando a mostrar sinal positivo no acumulado de 2020.
Perspectivas otimistas com campanhas de vacinação no exterior e o progresso em direção a mais estímulos fiscais nos Estados Unidos respaldaram apetite a risco nos mercados globais, beneficiando a bolsa paulista.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,34%, a 116.148,63 pontos, máxima de fechamento desde 19 de fevereiro, passando a mostrar performance positiva de 0,44% no ano.
O volume financeiro no pregão somou 27,2 bilhões de reais.
Na visão de Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimentos, o cenário externo foi fator preponderante para a alta no mercado brasileiro, com as notícias sobre o acordo nos EUA para um novo pacote, além do começo da vacinação.
“A aversão a risco diminuiu”, afirmou, ressaltando o efeito positivo desse movimento no fluxo de estrangeiros para as ações brasileiras, “que continua acentuado”.
Na B3 (SA:B3SA3), dados mostram saldo positivo de capital externo no mercado secundário brasileiro de 7,89 bilhões de reais em dezembro até dia 11.
Em comentários a clientes mais cedo, o BTG Pactual (SA:BPAC11) afirmou que o principal destaque nos mercados continua sendo a liquidez, que deve permanecer ditando os comportamento dos mercados financeiros neste mês e nos primeiros meses de 2021.
Em Nova York, o S&P 500 fechou em alta de mais de 1%, com o desfecho da última reunião de política do ano do Federal Reserve na quarta-feira também no radar.
A expectativa é de que o banco central dos EUA mantenha sua principal taxa de juros ‘overnight’ fixada perto de zero e sinalize que permanecerá nesse patamar nos próximos anos. A comunicado será divulgado às 16h.
DESTAQUES
- VALE ON (SA:VALE3) avançou 1,14%, em sessão poisitiva no setor de mineração e siderurgia, em meio a dados de produção e vendas de aço. Além disso, o Goldman Sachs elevou a recomendação de CSN para ‘compra’ e o Morgan Stanley (NYSE:MS) subiu a de Gerdau para ‘overweight’. GERDAU PN (SA:GGBR4) subiu 4,34%, USIMINAS PNA (SA:USIM5) ganhou 3,91% e CSN ON (SA:CSNA3) evoluiu 3,45%.
- LOJAS AMERICANAS PN (SA:LAME4) fechou em alta de 7,49%, revertendo perdas da semana passada, beneficiada por relatório do Morgan Stanley, citando a ação como uma de suas preferidas para 2021 na América Latina, assim como MERCADO LIVRE (NASDAQ:MELI), que é negociada em Nova York e subiu 3,15%.
- COSAN ON (SA:CSAN3) valorizou-se 6,15%, após cair mais de 10% desde o começo do mês, tendo no radar a reestruturação societária do grupo. O Bank of America reiterou recomendação de ‘compra’ e elevou o preço-alvo, de 78 para 94 reais.
- BTG PACTUAL UNIT avançou 2,64%, tendo de pano de fundo relatório do Itaú BBA começando a cobertura de BTG, com recomendação ‘outperform’ e preço-alvo de 115 reais por unit. No setor, Itaú Unibanco (SA:ITUB4) PN fechou em alta de 0,91%.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) subiu 0,8%, na esteira do avanço do petróleo no exterior, com o Brent fechando em alta de 0,93%, a 50,76 dólares o barril. A companhia anunciou aumento nas refinarias para o preço do diesel (+4% em média) e da gasolina (+3%) a partir de quarta-feira.
- COGNA ON (SA:COGN3) recuou 2,79%, ainda sofrendo com a frustração de investidores após evento da empresa de educação com analistas não trazer sinais sobre vendas de ativos, apesar de premissas melhores da companhia sobre geração de caixa.
- TIM ON (SA:TIMS3) perdeu 1,51%, um dia após grupo formado pela empresa, Telefônica Brasil (SA:VIVT4) e Claro vencer leilão para comprar as operações de redes móveis da Oi (SA:OIBR3). Telefônica ON caiu 0,33%. Oi ON subiu 6,82%.
(Por Paula Arend Laier)