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Ibovespa fecha em alta de mais de 2% com Itaú e Bradesco sob holofotes

Publicado 06.02.2024, 18:13
Atualizado 06.02.2024, 19:25
© Reuters. Fachada da B3, em São Paulo
06/07/2023
REUTERS/Amanda Perobelli
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa subiu mais de 2% nesta terça-feira, fechando acima dos 130 mil pontos, o que não acontecia desde meados de janeiro, com Itaú Unibanco valorizando-se mais de 4% após balanço e projeções para 2024, enquanto Bradesco saltou mais de 6% reagindo à decisão de OPA da Cielo e antes da apresentação do resultado trimestral e de seu plano estratégico.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 2,21%, a 130.416,31 pontos, encerrando praticamente na máxima do dia (130.416,95 pontos). A mínima foi de 127.592,8 pontos. O volume financeiro somou 27,27 bilhões de reais.

Em Wall Street, a queda nos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano endossou o viés positivo no pregão brasileiro, com o Treasury de 10 anos marcando 4,0885%, de 4,164% na véspera, enquanto o mercado acionário teve um fechamento modesto. O S&P 500 subiu apenas 0,23%.

De acordo com a sócia e especialista da Blue3 Investimentos Fernanda Bandeira, permanece a incógnita sobre quando o banco central dos Estados Unidos começará a cortar os juros, e isso continua fazendo preço, principalmente após as últimas sinalizações do Federal Reserve e dados mostrando resiliência da economia norte-americana.

Nesta sessão, contudo, na visão de Bandeira, a bolsa paulista encontrou suporte em notícias corporativas e expectativas sobre resultados previstos para a semana, incluindo os números do Bradesco, para experimentar um "respiro" na pressão negativa que tem marcado o começo de 2024.

Até a véspera, o Ibovespa acumulava no ano queda de quase 5%, pressionado particularmente pela saída de capital externo da bolsa, em meio à reprecificação de expectativas sobre o primeiro corte de juros nos EUA, após a euforia do final do ano, quando ganhou força a aposta de uma primeira redução em março. Os mercados agora precificam uma chance maior de um corte em maio.

Na visão do diretor de investimentos da Reach Capital, Ricardo Campos, a bolsa se beneficiou do declínio nos rendimentos dos Treasuries, que contagiou a curva de juros no Brasil, em um pregão de trégua na tendência mais desfavorável dos últimos dias, conforme permanecem os ajustes sobre os próximos passos do Fed.

"O mercado está fazendo movimentos muito fortes por não entender a dinâmica da inflação caindo e emprego muito forte -- o que não está mesmo explicado", pontuou, acrescentando que não houve dado novo nesta terça-feira que explicasse essa reversão.

DESTAQUES

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) fechou em alta de 4,29%, a 34,79 reais, renovando máximas históricas, após lucro líquido recorrente de 9,4 bilhões de reais no quarto trimestre, em desempenho considerado forte por analistas, mas dentro do esperado. O maior banco privado do país também divulgou projeções para 2024 que, segundo os analistas, implicam lucro líquido de cerca de 40 bilhões de reais no ano. E ainda aprovou dividendos extraordinários de 11 bilhões de reais, resultando em um payout total de 21,5 bilhões de reais referente a 2023. De acordo com o presidente-executivo do Itaú, é possível que o banco anuncie novamente um dividendo extraordinário para 2024.

- BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) avançou 6,21%, a 16,60 reais, após anúncio de proposta de oferta pública de aquisição das ações da Cielo pelos controladores - Bradesco e Banco do Brasil -, que analistas do BTG Pactual (BVMF:BPAC11) veem fazer sentido principalmente para o banco privado. O Bradesco ainda reporta na quarta-feira seu resultado trimestral e seu plano estratégico, antes da abertura da bolsa. BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) subiu 2,16%, também registrando cotações recordes - de 59,60 reais no fechamento e 59,73 reais no intradia.

- CIELO ON (BVMF:CIEL3) encerrou com elevação de 3,98%, a 5,23 reais, após decisão dos controladores de lançar uma OPA de até a totalidade das ações da companhia a 5,35 reais por papel. A empresa de meios de pagamentos também divulgou na véspera balanço trimestral e juros sobre capital próprio (JCP) de 410 milhões de reais.

- NATURA&CO ON fechou em alta de 6,79%, a 17,15 reais, após a fabricante de cosméticos anunciar na véspera que seu conselho de administração autorizou a diretoria a avaliar uma possível separação da Natura&Co (BVMF:NTCO3) Latam e da Avon em duas companhias independentes e de capital aberto.

© Reuters. Fachada da B3, em São Paulo
06/07/2023
REUTERS/Amanda Perobelli

- VALE ON (BVMF:VALE3) subiu 1,77%, a 66,67 reais, fornecendo um suporte relevante ao resistir ao declínio dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Dalian Commodity Exchange encerrou as negociações do dia com perda de 0,63%, a 939 iuanes (130,57 dólares) por tonelada. A mineradora afirmou nesta terça-feira que está avaliando eventual renovação de contrato de seu atual presidente, Eduardo Bartolomeo, ou a realização de um processo sucessório, já que o mandato do executivo se encerra em 26 de maio. Ruídos sobre pressão do governo federal para influenciar no comando da Vale têm afetado a ação neste começo de ano.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) avançou 0,92%, a 41,59 reais, renovando máximas históricas, em movimento endossado nesta sessão pela alta dos preços do petróleo no exterior.

- LOCALIZA ON (BVMF:RENT3) caiu 1,95%, a 52,69 reais. Relatório do JPMorgan (NYSE:JPM) afirma que analistas do banco esperam resultados de quarto trimestre nada animadores e cortou preço-alvo dos papéis de 82 para 81 reais, mas manteve recomendação "overweight". Os analistas avaliam que o foco principal na companhia deve ser nos impactos das potenciais alterações contábeis. "De acordo com nossas estimativas, isso poderia implicar um impacto de 150 milhões a 350 milhões de reais no resultado de 2024, o que ainda não está incorporado em nossas estimativas", afirmaram. No final de janeiro, a Localiza disse que está conduzindo avaliações técnicas acerca das premissas para estimar o valor residual dos carros no que se refere a alocação dos custos de preparação dos veículos para desativação de frota.

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