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Ibovespa fecha em queda com dúvidas sobre cena eleitoral

Publicado 13.09.2018, 17:46
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice brasileiro de ações teve queda nesta quinta-feira, puxado pelas ações da Petrobras e de bancos, conforme dúvidas sobre o desfecho da corrida presidencial manteve o mercado acionário brasileiro volátil.

O Ibovespa (BVSP) caiu 0,58 por cento, a 74.686 pontos. O volume financeiro somou 8,5 bilhões de reais.

"O pregão foi afetado por incertezas eleitorais, mais recentemente pesquisas mostrando crescimento de candidatos de perfil mais à esquerda e as condições de saúde do candidato do PSL, Jair Bolsonaro", disse o analista Vitor Suzaki, da Lerosa Investimentos.

Bolsonaro, que vem liderando a preferência dos eleitores, voltou para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na madrugada desta quinta-feira, após passar por cirurgia de emergência na noite anterior.

Coordenador paulista da campanha de Bolsonaro, o deputado federal Major Olimpio, disse à Reuters que o candidato do PSL está fora da campanha na rua no primeiro turno.[L2N1VZ14A]

O analista-chefe da Rico Investimentos, Roberto Indech, disse que há dúvidas entre investidores sobre o quadro de Bolsonaro e potenciais desdobramentos, mas avalia que o foco deve continuar nas pesquisas eleitorais.

"Teremos que acompanhar evolução de Fernando Haddad, agora oficializado como candidato do PT, e o desempenho de Geraldo Alckmin, do PSDB, após duas semanas de horário eleitoral em rádio e televisão", afirmou.

Entre as sondagens no radar estão pesquisa encomendada pela Genial Investimentos, prevista para esta quinta, e levantamentos da XP Investimentos e pesquisa Datafolha aguardados para sexta.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN (SA:PETR4) caiu 1,27 por cento, em dia de queda dos preços do petróleo no exterior, embora o papel também continue vulnerável a especulações sobre o cenário eleitoral.

- BRADESCO PN (SA:BBDC4) cedeu 0,4 por cento e ITAÚ UNIBANCO PN (SA:ITUB4) caiu 0,55 por cento com o setor suscetível ao cenário eleitoral. SANTANDER BRASIL UNIT (SA:SANB11) avançou 0,99 por cento, mas BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3) caiu 1,34 por cento, tendo ainda no radar anúncio de reforma da Caixa de Assistência dos Funcionários (Cassi), com previsão de despesa adicional de 300 milhões de reais neste ano.

- MARFRIG (SA:MRFG3) caiu 5,19 por cento, em sessão negativa para o setor de proteína animal. MINERVA (SA:BEEF3), fora do Ibovespa, recuou 5,83 por cento, tna esteria do anúncio de um aumento do capital de até 1,059 bilhão de reais.

- VIA VAREJO UNIT (SA:VVAR11) saltou 10,79 por cento, tendo como pano de fundo operações ligadas à conversão dos papéis em ações ordinárias no âmbito da migração da dona das redes Ponto Frio e Casas Bahia para o Novo Mercado, segundo operadores.

- MAGAZINE LUIZA (SA:MGLU3) caiu 3,32 por cento, em sessão negativa para o setor de varejo (ICON), após queda inesperada nas vendas do varejo no Brasil em julho.

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- VALE (SA:VALE3) subiu 0,62 por cento, em meio ao avanço dos preços do minério de ferro na China, dada a possibilidade de novas conversas entre EUA e China sobre a disputa comercial entre as duas maiores economias globais.

- BRASKEM (SA:BRKM5) valorizou-se 1,28 por cento, tendo de pano de fundo relatório do UBS elevando o preço-alvo das ações da petroquímica de 48 para 67 reais, enquanto manteve a recomendação 'neutra' para os papéis.

Eleições pesam, dólar encosta em R$ 4,20 e fecha no valor mais alto do Plano Real

SÃO PAULO (Reuters) - As preocupações com o cenário eleitoral doméstico fizeram com que o dólar superasse 1 por cento de valorização nesta quinta-feira e batesse a máxima recorde do Plano Real, ao terminar próximo dos 4,20 reais.

Assim, o câmbio terminou na contramão do exterior, onde uma busca pelo risco favoreceu o avanço de divisas de países emergentes.

O dólar avançou 1,21 por cento, a 4,1957 reais na venda, maior nível da moeda desde sua criação. Até então, o recorde era de 21 de janeiro de 2016, quando terminou em 4,1655 reais.

Neste mês até agora, o dólar já subiu 3,03 por cento ante o real. Nesta quinta-feira, marcou a máxima de 4,2069 reais e a 4,1245 reais na mínima do dia, logo depois da abertura dos negócios. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,79 por cento.

"Dúvidas sobre a saúde de Bolsonaro e a expectativa com o Datafolha de amanhã redobraram a cautela dos agentes", comentou um operador de câmbio de uma gestora local.

Na noite passada, o líder das pesquisas de intenção de votos, Jair Bolsonaro (PSL), passou por nova cirurgia e voltou para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Assim, o candidato deve ficar de fora de "agendas de rua" ao menos no primeiro turno da campanha.

Os investidores temem que um candidato menos comprometido com o ajuste fiscal ganhe a disputa pela Presidência em outubro.

O mercado aguardava ainda novas pesquisas de intenção de votos, com destaque para o Datafolha na sexta-feira depois do fechamento dos mercados no Brasil. Os dados para esse levantamento estão sendo colhidos já nesta quinta-feira.

Com o nervosismo eleitoral, o mercado doméstico acabou se descolando no exterior, que teve dia de busca pelo risco, após a Turquia elevar os juros e os dados de inflação ao consumidor nos Estados Unidos não reforçarem apostas de subida mais intensa dos juros no país.

"Se o núcleo da inflação não melhorar significativamente no próximo ano, isso resultaria em ritmo ainda mais gradual de elevação das taxas", comentou o analista da gestora CIBC Andrew Grantham, em nota.

Juros elevados nos Estados Unidos têm potencial de atrair recursos aplicados em outras praças financeiras, como a brasileira.

Na véspera, os Estados Unidos convidarem os chineses para retomar as conversas comerciais, no momento em que Washington se preparava para intensificar a guerra comercial entre os dois países com tarifas sobre 200 bilhões de dólares em bens chineses.

O dólar caía ante divisas de países emergentes, com destaque para a lira turca, após o banco central do país subir os juros para 24 por cento. Também perdia força ante outras divisas fortes.

O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 10,9 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 4,360 bilhões de dólares do total de 9,801 bilhões de dólares que vencem em outubro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

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