Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O contrato futuro do Ibovespa com vencimento mais curto recuava nos primeiros negócios desta quinta-feira, após duas altas seguidas, em sessão mais negativa nas praças acionárias no exterior, enquanto agentes financeiros continuam atentos a desdobramentos da pandemia do Covid-19.
Por volta de 09:20, o contrato do Ibovespa para abril caía 2,52%, a 72.720 pontos.
Nos Estados Unidos, o Senado aprovou por unanimidade um projeto de lei de 2 trilhões de dólares pra ajudar trabalhadores desempregados e indústrias afetadas pela epidemia do coronavírus, além de fornecer bilhões de dólares para comprar urgentemente equipamento médico necessário.
A equipe da da XP Investimentos, contudo, chama a atenção para o relatório de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA, que deve ter mostrado um salto em razão das fortes medidas para conter a pandemia do coronavírus, que levaram o país a uma parada súbita, provocando uma onda de dispensas.
De acordo com a mediana na pesquisa da Reuters com economistas, os pedidos iniciais provavelmente saltaram para uma taxa sazonalmente ajustada de 1 milhão na semana encerrada em 21 de março, o que ofuscará o recorde anterior de 695 mil em 1982. As estimativas na pesquisa chegaram aos 4 milhões.
No Brasil, uma bateria de resultados também deve repercutir, entre eles o de JBS (SA:JBSS3), Via Varejo (SA:VVAR3) e Embraer (SA:EMBR3), além de outras notícias corporativas , incluindo decisão da Petrobras (SA:PETR4) de reduzir investimentos em 2020 e adiar pagamento de dividendos remanescentes aos acionistas.
Além disso, o Banco Central Banco Central cortou sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) a zero em 2020, ante crescimento de 2,2% calculado em dezembro, citando impactos econômicos "expressivos" decorrentes da pandemia de coronavírus, conforme Relatório Trimestral de Inflação.
Já o O Índice de Atividade Econômica do BC(IBC-Br), sinalizador do PIB, registrou alta de 0,24% em janeiro na comparação com o mês anterior, segundo dados dessazonalizados nesta quinta-feira.
Na véspera, o Ibovespa à vista (BVSP) saltou 7,5%, a 74.955,57 pontos - na segunda alta seguida, o que não acontecia desde a virada do mês.