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Ibovespa ignora NY e cai a 126,5 mil pontos; ações da Petrobras são destaque de baixa

Publicado 05.04.2024, 08:51
Atualizado 05.04.2024, 12:10
© Reuters Ibovespa ignora NY e cai a 126,5 mil pontos; ações da Petrobras são destaque de baixa
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O Ibovespa opera nesta sexta-feira descolado da alta das bolsas americanas e cai para a faixa dos 126 mil pontos. Em Nova York, as bolsas sobem com ações de tecnologia, após cederem ontem.

Os investidores avaliam o payroll, divulgado mais cedo nos Estados Unidos. Em março, os EUA criaram 303 mil vagas de emprego, superando a projeção de 200 mil, e os salários subiram um pouco mais do que esperado. Já a taxa de desemprego cedeu a 3,8%, ficando menor do que a estimativa de 3,9%.

MAIS DETALHES: Payroll nos EUA: Criação de vagas vem muito acima do previsto

Os dados podem elevar as incertezas quanto ao início do ciclo de queda dos juros americanos em junho. Os juros dos Treasuries avançam, refletindo na curva brasileira.

Apesar de o payroll forte gerar cautela, importante agora é ver como virá a inflação americana de março, medida pelo CPI, que sairá na semana que vem, avalia Rodrigo Ashikawa, economista da Principal Claritas. "O fato de o mercado de trabalho estar aquecido é bom, mas é claro que traz cautela. O ponto positivo é que os salários vieram em linha. Então, não muda a cabeça do Fed. Não tira a expectativa de queda dos juros americanos em junho, mas temos de ver como virá o CPI após o resultado passado", diz.

"Na margem, o payroll forte é negativo para os mercados", diz Bruno Takeo, da Ouro Preto Investimentos. O analista ressalta que não só o resultado em si da criação de vagas em março traz cautela, como também a revisão do dado de fevereiro ainda que para baixo. "A revisão foi pouco, ou seja, a economia segue aquecida", diz.

Com a queda de hoje, o Índice Bovespa aprofunda a perda semanal para cerca de 1,20%. Ontem, encerrou com elevação marginal de 0,09%, aos 127.427,53 pontos.

As ações da Petrobras (BVMF:PETR4) são destaque de baixa, apesar da alta do petróleo. Os investidores seguem cautelosos em meio aos vários burburinhos recentes envolvendo a estatal, cujo presidente, Jean Paul Prates, pode estar muito perto de sair.

Há relatos de que Prates se reunirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na segunda-feira para definirem a situação. Lula teria conversado com o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, sobre a possibilidade de ele assumir a Petrobras, conforme apurou o Estadão. Já interlocutores ouvidos pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) disseram Mercadante não teria interesse na troca.

E todo modo, uma eventual ida de Mercadante para o comando da estatal não é bem vista pelos investidores, dado o seu perfil mais alinhado ao do presidente Lula, o que poderia reforçar a ideia de uma postura mais intervencionista do governo na empresa.

"Criaram uma confusão totalmente desnecessária em torno da empresa, que pode afugentar mais o investidor", avalia Takeo.

Às 11h24, o Ibovespa caía 0,64%, aos 125.616,64 pontos, ante recuo de 70%, aos 126.537,09 pontos, na mínima, após máxima a 127.432,20 pontos.

Entre as ações ligadas a commodities, Petrobras ON (BVMF:PETR3) tinha a maior queda (-1,30%), em meio a dúvidas sobre a gestão da empresa. PN cedia 0,84%. No caso do setor metálico, o maior recuo era CSN ON (BVMF:CSNA3) (-1,57%). Vale (BVMF:VALE3) perdia 0,45%. Diante de incertezas na Petrobras, Eletrobras (BVMF:ELET3) acelerava a queda para a faixa de 1,00%.

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