Ibovespa inicia junho em leve baixa de 0,05%, aos 122 mil pontos

Publicado 03.06.2024, 14:56
Atualizado 04.06.2024, 05:10
Ibovespa inicia junho em leve baixa de 0,05%, aos 122 mil pontos

O Ibovespa conseguiu abrir a semana e o mês estabilizado aos 122 mil pontos, embora sem evitar o sinal negativo no fechamento, após ter renovado mínimas do ano nas três sessões anteriores, o que o mantém em níveis de meados de novembro. Ainda sem força compradora, e em dia misto em Nova York, o índice caiu 0,05%, aos 122.031,58 pontos, com giro financeiro a R$ 21,2 bilhões.

Nesta segunda-feira, oscilou entre 121.495,63 e 122.495,33 pontos (+0,33%), saindo de abertura aos 122.099,95 pontos. No ano, o Ibovespa recua 9,06%. Com a quarta perda consecutiva, colhida nesta segunda-feira, o índice da B3 (BVMF:B3SA3) segue no menor nível desde 13 de novembro, então a 120,4 mil pontos.

Ainda no começo da tarde, os contratos futuros de petróleo acentuaram queda, mostrando perdas superiores a 3% no fechamento da sessão. Investidores reavaliam a decisão da Opep+ de estender cortes na produção e, entre operadores, a percepção é de que, ao ressaltar as "condições de mercado", o cartel abriu as portas para possível ampliação da oferta ainda neste ano.

Assim, na B3, as ações de Petrobras (BVMF:PETR4) iniciaram o mês ainda em baixa (ON -1,11%, PN -0,54%), em dia negativo também para Vale (BVMF:VALE3) (ON -2,10%), com novo recuo, nesta segunda de 2,65%, para o minério em Dalian (China), agora no menor nível de preço, para a commodity, desde meados de abril.

Por outro lado, o dia foi positivo para os grandes bancos, o que contribuiu para equilibrar o efeito das gigantes de commodities sobre o Ibovespa na sessão. Destaque para a alta de 1,42% em Itaú (BVMF:ITUB4) PN, que ainda acumula perda de 3,59% no ano. Na ponta do índice na sessão, Pão de Açúcar (BVMF:PCAR3) (+7,32%), Hypera (BVMF:HYPE3) (+5,38%) e LWSA (+3,93%). No lado oposto, Suzano (BVMF:SUZB3) (-3,26%), Dexco (BVMF:DXCO3) (-3,19%) e CSN (BVMF:CSNA3) (-2,98%).

"Maio foi caracterizado por volatilidade significativa. O Ibovespa iniciou o mês passado em alta, com resultados corporativos positivos no primeiro trimestre, mas, a partir da segunda quinzena de maio, sofreu reprecificação em meio à expectativa por taxa de juros mais alta para o fim do ano com menos espaço para novos cortes da Selic pelo Copom, tendo em vista também os juros americanos, e inflação desancorada para 2025 e 2026. Além de perspectiva de crescimento impactada, em maio, pelas enchentes no Rio Grande do Sul", aponta Gustavo Corradi Matos, economista e CIO da Medici Asset.

Contudo, o acúmulo de perdas nas ações abriu caminho para compras na Bolsa brasileira, nesta segunda, tendo em vista que, na segunda quinzena de maio, o Ibovespa registrou apenas duas leves altas, nos dias 16 (+0,20%) e 27 (+0,15%) e fechou o mês carregando novo revés, de 3% - elevando a correção do ano à casa de 9%, vindo de máximas históricas no fechamento de 2023.

"O dia começou um pouco ruim na B3, com a leitura acima do esperado para o PMI industrial nos EUA da S&P, e com aceleração na margem. Mas isso foi compensado pelo índice de atividade manufatureira do ISM Instituto de Gestão da Oferta, que veio em direção oposta, em desaceleração ante abril e abaixo do esperado para o mês", diz Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research.

Ela acrescenta que a leitura combinada dos indicadores americanos desta segunda-feira resultou em fechamento da curva de juros nos Estados Unidos, favorecendo busca por ativos de emergentes na sessão, como ações e moedas - o que acabou perdendo força no fim da tarde, com o ajuste de fechamento negativo para o Ibovespa.

De toda forma, os dados norte-americanos da manhã contribuíram em especial para a compra de ações mais sensíveis a juros, como as de empresas do setor de consumo (Magazine Luiza (BVMF:MGLU3) +2,34%) e também para papéis de empresas de menor capitalização de mercado (small caps), diz Larissa, em dia que se mostrou negativo para os carros-chefes (Petrobras e Vale).

Considerando apenas os emergentes, o dia foi muito negativo para a Bolsa mexicana, mercado tido como principal "par" do Brasil na América Latina. Por lá, os investidores diminuíram exposição nesta segunda-feira, com a confirmação da vitória - amplamente esperada - da candidata Claudia Sheinbaum, apoiada e considerada muito próxima ao atual presidente, López Obrador, de esquerda. A eleição deste fim de semana também deve ampliar a base do governo no Congresso, o que conferiria poder inclusive para mudanças constitucionais.

Assim, a forte correção no México, nesta abertura de semana, pode ter contribuído - ou vir ainda a contribuir - para algum posicionamento em Brasil, após os investidores estrangeiros terem mostrado, desde a abertura do ano, mais cautela com relação a ativos brasileiros. Nesta segunda, contudo, o dia foi marcado por giro relativamente acomodado na B3, após ter subido a R$ 33,2 bilhões na sexta-feira.

"Maio e também a última semana do mês, apesar de favoráveis lá fora, foram ruins para a Bolsa brasileira, com a deterioração das expectativas de inflação e a abertura da curva de juros doméstica. Junho começou com humor melhor, mas é preciso ver como será o decorrer do mês. Se os dados de inflação e atividade continuarem a surpreender para baixo, principalmente lá fora, e também houver dissipação do ruído institucional doméstico, junho pode ser um bom mês para a Bolsa brasileira", acrescenta a analista.

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