Investing.com - Com feriado no meio da semana, há poucas novidades relacionadas à reforma da Previdência no Congresso Nacional. Apesar de o início da contagem das 10 sessões para a Comissão Especial entregar parecer do relator ter começado na terça-feira, porque houve sessão oficial na Câmara, os ursos predominam no Ibovespa com a repercussão da declaração do deputado federal e sindicalista Paulinho da Força (Solidariedade-SP) durante atos do 1º de Maio em São Paulo.
O líder da Força Sindical disse que os partidos do Centrão buscam desidratar a economia projetada em 10 anos de R$ 1,2 trilhão para a reforma da Previdência proposta pelo Palácio do Planalto. O objetivo é, segundo o deputado, não permitir que o presidente Jair Bolsonaro consiga a reeleição em 2022. Os líderes do Centrão negaram o sindicalista, mas não foi suficiente para reverter a queda do principal índice acionário brasileiro, que caía 0,93% a 95458,83 pontos às 12:50, com um volume negociado de R$ 4,9 bilhões.
Exterior
Contribui para a queda a aversão ao risco no exterior após decisão de política monetária menos dovish do Fed na tarde de quarta-feira – quando não foi feriado nos EUA. Embora mantenha o discurso de postura “paciente”, o chairman Jerome Powell disse em sua coletiva de imprensa que ele e seus colegas não viram necessidade imediata de cortar as taxas de juros, que se mantiveram no intervalo entre 2,25% e 2,50%.
A decisão frustra a expectativa de que houvesse cortes nas próximas reuniões, como indicava a ferramenta Monitor da Taxa de Juros do Investing.com. Na próxima reunião de 19 de junho, 24,1% dos consultados previam que houvesse, ao menos, um corte na taxa. Ontem, a expectativa reduziu para 10% e nesta quinta-feira encontra-se em 6,7%.
A previsão de corte se baseava com a crescente preocupação relacionada à fraqueza de alguns dos componentes do relatório do PIB do primeiro trimestre da semana passada. As preocupações do Fed - e do mercado - podem ter sido um pouco aliviadas com o relatório da ADP de um aumento de 275.000 no setor privado no mês passado, algo que é uma boa indicação para o relatório oficial do mercado de trabalho na sexta-feira.
Com a autoridade monetária avaliando que a queda da inflação recente ser um movimento temporário, os diretores da instituição reforçam que não deve ter alteção da taxa para nenhuma direção nas próximas reuniões. A quebra da expectativa de corte reduz a procura de ativos de maior risco, como os brasileiros. O iShares MSCI (NYSE:EEM)dos mercados emergentes, ETF negociada em Nova York, opera em baixa de 0,25%.
O efeito da decisão do Fed contribui para a valorização do dólar contra as principais moedas. O Índice Dólar, uma média ponderada da moeda americana em relação a uma cesta de seis moedas, está em alta de 0,11% a 97,79. No Brasil, o dólar saltou 1,12% a R$ 3,9630.
Além disso, nesta quinta-feira o Banco da Inglaterra também anunciou manutenção da taxa de juros em 0,75%, elevando as previsões de crescimento. Foi a primeira reunião da autoridade monetária britânica após adiamento do Brexit para 31 de outubro.
Ações
- Petrobras opera em baixa, acompanhando a queda dos preços do petróleo no exterior após a elevação da produção americana atingir e aumento de estoques na semana, mesmo com os investidores monitorando o desenrolar da crise política na Venezuela. A PETR3 perde 1,74% a R$ 29,44 e a PETR4 cai 1,92% a R$ 26,59. No feriado, a estatal confirmou a venda da refinaria de Pasadena, nos EUA, para a Chevron.
- Magazine Luiza (SA:MGLU3) opera em queda de 0,68% a R$ 189,95, realizando lucros após a forte alta na terça-feira, um dia após anunciar a aquisição do e-commerce esportivo Netshoes. Nesta quinta-feira, a varejista brasileira anunciou acordo Sociedade Comercial Irmãs Claudino S.A. (SOCIC), que administra a rede Armazém Paraíba, para adquirir o direito de explorar 48 pontos comerciais no Pará e Maranhão por 44 milhões de reais, segundo comunicado ao mercado nesta quinta-feira. Desta forma, o Magazine Luiza passa a ter presença em 17 Estados em mais de mil unidades físicas.
Maiores ganhos: Suzano (2,33%); BR Distribuidora) (1,6%); Ultrapar (1,19%); CCR (1,03%); Itau Unibanco (0,3%)
Maiores perdas: CSNA (3,58%); B2W (3,37%); Rumo (3,2%); Cyrela (3,43%); Eletrobras PNB (3,12%)