Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa pela quinta sessão consecutiva nesta quinta-feira, com dados dos Estados Unidos corroborando o cenário de juros mais elevados por mais tempo na maior economia do mundo, enquanto Petrobras era um contrapeso positivo, ajudada pela alta do preço do petróleo.
Às 11h13, o Ibovespa cedia 0,6%, a 124.890,52 pontos, mesmo após quatro quedas seguidas, período em que acumulou declínio de 2%. O volume financeiro somava 4,3 bilhões de reais.
"Depois de quase três semanas travado entre 130.000 e 127.100 pontos, o Ibovespa perdeu a região de 127.100 pontos e apontou para a região de suporte em 123.300 pontos", destacaram analistas do Itaú BBA no relatório Diário do Grafista enviado a clientes nesta quinta-feira.
"Essa região é importante não apenas pela ótica de curto prazo, como também é por onde passa a média móvel de 200 períodos. Isso significa que se for perdida, as chances de quedas mais acentuadas aumentarão."
Nos EUA, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram para 215.000 na semana até 18 de maio, ante previsão de 220.000, enquanto a atividade empresarial acelerou em maio ao nível mais alto desde abril de 2022, com fabricantes relatando alta nos preços de uma série de insumos.
Em Wall Street, o S&P 500 subia 0,2%, ajudado pelo otimismo com Nvidia (NASDAQ:NVDA), após previsões de receita e anúncio de desdobramento de ações, enquanto o rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos EUA marcava 4,4748%, de 4,434% na véspera.
DESTAQUES
- VALE ON (BVMF:VALE3) recuava 0,67%, acompanhando a queda dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) encerrou as negociações da manhã com queda de 1,09%, a 906,5 iuanes (125,13 dólares) a tonelada. No setor CSN (BVMF:CSNA3) MINERAÇÃO ON era negociada em baixa de 1,85%.
- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) subia 0,86%, ajudada pela alta do petróleo no exterior, enquanto a sucessão no comando da estatal permanece no radar. O conselho de administração da petrolífera se reúne na sexta-feira para analisar a nomeação de Magda Chambriard como CEO da companhia. O Comitê de Pessoas do conselho concluiu na véspera que ela preenche os requisitos necessários e que está apta para ser apreciada pelo colegiado.
- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) cedia 0,92% e BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) tinha variação negativa de 1,53%.
- YDUQS ON (BVMF:YDUQ3) recuava 2,72%, reflexo de ajustes após desempenho mais robusto nos últimos pregões com a recepção positiva no mercado às previsões da companhia para o período de 2024 a 2029. Analistas do JPMorgan (NYSE:JPM) reiteraram recomendação "overweight" para as ações do grupo de educação, mas cortaram o preço-alvo de 27 para 24 reais.
- ALPARGATAS PN (BVMF:ALPA4) valorizava-se 1,31%, tendo de pano de fundo relatório de analistas do Safra elevando a recomendação das ações para "neutra", bem como o preço-alvo de 8,9 para 11,3 reais, avaliando que a empresa conseguiu cumprir parcialmente o seu plano de recuperação e apresentou números mais saudáveis em comparação com as suas estimativas anteriores.
- ONCOCLÍNICAS ON, que não faz parte do Ibovespa, disparava 16,91%, após aprovar aumento do capital social da companhia de 1,5 bilhão de reais por meio de subscrição privada de ações ao preço de 13 reais cada.
- XP (BVMF:XPBR31) ON, que é negociada em Nova York, avançava 4% após anunciar programa de recompra de ações ordinárias Classe A de até o equivalente a 1 bilhão de reais, com prazo até o final do ano, atrelado às condições de mercado. Até a véspera, as ações acumulavam em 2024 uma perda de 31%.