Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa recuava nesta quarta-feira, após duas altas seguidas, diante do ambiente ainda volátil em razão das últimas decisões de Brasília relacionadas a questões fiscais e Petrobras, com a temporada de balanços também ocupando as atenções.
Às 11:12, o Ibovespa caía 0,88%, a 110.563,45 pontos. O volume financeiro era de 5,4 bilhões de reais.
Analistas da corretora Planner afirmaram que o mercado segue cauteloso em relação à pauta da PEC emergencial e decisões que precisam avançar no curto prazo para melhorar a expectativa em relação à economia, conforme relatório a clientes mais cedo.
A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia afirmou pela manhã que incertezas econômicas continuam elevadas e estimou que o primeiro trimestre será desafiador para o Brasil.
Ao mesmo tempo, avaliou que a política monetária estimulativa, a expansão da vacinação, a consolidação fiscal e a continuidade das reformas vão permitir o aumento da confiança e maior vigor econômico ao longo de 2021.
O comentário veio após números do IBGE mostrarem que o PIB do país caiu 4,1% no ano passado --maior tombo da série que começa em 1996.
Em relação à PEC Emergencial, a expectativa é de que o novo texto seja votado no Senado nesta quarta-feira, e siga direto para a Câmara dos Deputados, sem passar por comissões, conforme prometido pelo presidente da Câmara.
O mercado também lida com expectativa de que o governo de São Paulo coloque todo o Estado na chamada "fase vermelha", a mais restritiva do plano de quarentena contra Covid-19.
A agenda de balanços no Brasil traz nesta quarta-feira, após o fechamento, os números de Magazine Luiza (SA:MGLU3), Cia Hering (SA:HGTX3) e Taesa (SA:TAEE11).
A B3 (SA:B3SA3) também divulgou novos horários de negociação a partir de 15 de março, em razão do começo do horário de verão nos Estados Unidos. No mercado à vista de ações, o fechamento será adiantado em 1h, para 17h.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) e PETROBRAS ON (SA:PETR3) caíam 3% e 2,8%, respectivamente, ainda afetadas por incertezas envolvendo a petrolífera, particularmente a autonomia para os preços de combustíveis. Quatro membros de seu conselho de administração rejeitaram indicação para recondução aos cargos. O Santander (SA:SANB11) cortou a recomendação dos papéis para 'manter', bem como reduziu o preço-alvo da ON para 20 reais.
- ITAÚ UNIBANCO PN (SA:ITUB4) perdia 1%, após fechar com alta de 4% na véspera, em sessão de ajustes, enquanto agentes financeiros continuam avaliando os efeitos no setor após anúncio de aumento na alíquota da Contribuição Sobre Lucro Líquido (CSLL) nos bancos. BRADESCO PN (SA:BBDC4) subia 0,2%. BANCO DO BRASIL ON (SA:BBAS3) cedia 0,3%, tendo ainda no radar manutenção de ruídos envolvendo o comando do banco de controle estatal.
- CVC (SA:CVCB3) BRASIL ON recuava 3,25%, engatando a quinta sessão consecutiva de queda, em meio ao agravamento da pandemia de Covid-19 no país e o risco de recrudescimento em medidas de restrição de circulação. O Brasil registrou na véspera 1.641 novas mortes em decorrência do coronavírus, recorde para um dia desde o início da pandemia.
- VIA VAREJO ON (SA:VVAR3) caía 2,4%, perdendo o fôlego das máximas registradas no começo do pregão, quando chegou a subir 2,75%. A companhia passou de prejuízo para lucro no quarto trimestre, uma vez que o salto do comércio eletrônico e a reabertura de lojas físicas aceleraram ganhos de produtividade da dona das marcas Casas Bahia e Ponto Frio.
- ULTRAPAR ON (SA:UGPA3) caía 3,1%, entre as maiores baixas. Analistas do Bradesco BBI chamaram a atenção para dados sobre volumes de combustíveis na última semana de fevereiro, citando que a unidade Ipiranga continuou mostrando desempenho mais fraco em relação ao seus pares. No setor, BR DISTRIBUIDORA ON perdia 2,5% e COSAN ON (SA:CSAN3), que tem divide a Raízen com a Shell, 2,4%.
- VALE ON (SA:VALE3) avançava 0,1%, em mais uma sessão positiva para o setor de mineração e siderurgia, com CSN ON (SA:CSNA3) em alta de 3,3%, USIMINAS PNA (SA:USIM5) ganhando 1,2% e GERDAU PN (SA:GGBR4) valorizando-se 0,5%. Na China, os futuros do aço chegaram a atingir o maior nível em uma década, em meio a plano chinês de adotar mais medidas de proteção ao ambiente. O minério de ferro também fechou em alta.