Lula diz que não há espaço para negociação e rejeita "humilhação" de ligar para Trump
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa tinha variações modestas nesta quarta-feira, com agentes financeiros à espera de decisões de juros nos Estados Unidos e no Brasil, enquanto permanecem monitorando noticiário envolvendo tarifa norte-americana para produtos brasileiros prevista para entrar em vigor na sexta-feira.
Por volta de 11h50, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, cedia 0,48%, a 132.089,93 pontos. O volume financeiro somava R$4,69 bilhões.
O Federal Reserve anuncia o desfecho de sua reunião de política monetária às 15h (de Brasília) e a expectativa é de manutenção dos juros na faixa de 4,25% a 4,50%, mesmo após o presidente Donald Trump voltar a demandar redução na taxa.
Investidores devem concentrar as atenções no comunicado que acompanhará a decisão, bem como na coletiva à imprensa do chair do Fed, Jerome Powell, a partir das 15h30.
No Brasil, o Banco Central anuncia sua decisão após o fechamento do mercado e a previsão é também de manutenção da Selic, mas no caso em 15%, máxima de quase duas décadas.
Em paralelo, a questão tarifária continua ocupando as atenções, com o Trump reiterando nesta quarta-feira que o prazo de 1º de agosto para que os parceiros negociem acordos comerciais antes da imposição de taxas de importação mais altas não será prorrogado.
Notícias de que o governo do Brasil pediu ao governo norte-americano para excluir os setores de alimentos e a Embraer (BVMF:EMBR3) trouxeram algum alento ao Ibovespa na véspera, mas a ausência de novidades de fato mantém o clima cauteloso.
De acordo com analistas do Itaú BBA, as sinalizações de reabertura de canais de diálogo entre Brasil e EUA para tratar das tarifas comerciais agradaram os investidores, levando o Ibovespa a encerrar o pregão anterior com alta de 0,45%.
"Apesar do avanço, o índice ainda segue próximo de região de suporte, o que mantém o cenário de curto prazo indefinido", afirmaram no relatório Diário do Grafista nesta quarta-feira.
"As tarifas comerciais devem continuar dominando a pauta da semana, mesmo com as decisões de política monetária no radar dos investidores. Espera-se um aumento da volatilidade no curto prazo, à medida que novas atualizações sobre esses temas forem divulgadas."
DESTAQUES
- SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) tinha acréscimo 0,11%, afastando-se das mínimas, quando caiu mais de 3%, em meio à análise do balanço do banco no segundo trimestre, que mostrou um lucro um pouco menor do que o esperado por analistas e aumento nas provisões. De acordo com o presidente-executivo, Mario Leão, o banco espera uma acomodação nessa linha.
- BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) subia 0,91% antes do resultado do segundo trimestre que será divulgado após o fechamento do mercado. No setor, ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) cedia 0,43% e BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) recuava 0,2%.
- VALE ON (BVMF:VALE3) era negociada em queda de 1,02%, acompanhando os futuros do minério de ferro na China. O contrato da commodity mais negociado na bolsa de Dalian encerrou as negociações diurnas em queda de 0,44%, a 789 iuanes (US$109,95) a tonelada métrica.
- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) perdia 0,37%, tendo no radar números sobre a produção de petróleo da estatal no segundo trimestre conhecidos na noite da véspera. No exterior, o barril de petróleo Brent mostrava acréscimo de 0,4%.
- MOTIVA ON caía 1,21%, tendo como pano de fundo resultado do segundo trimestre com salto no lucro líquido para R$897,24 milhões, em desempenho beneficiado pela repactuação do contrato da BR-163, no Mato Grosso do Sul. Excluindo os efeitos não-recorrentes, o lucro ajustado caiu 3,2%, para R$398 milhões.
(Por Paula Arend Laier, edição Alberto Alerigi Jr. e Michael Susin)