Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O tom negativo prevalecia na bolsa paulista nesta quarta-feira, com Petrobras e Vale (SA:VALE3) entre as maiores pressões de baixa do Ibovespa em meio ao declínio de commodities no exterior, enquanto investidores também repercutem uma bateria de notícias corporativas e acompanham a pauta em Brasília.
Às 12:56, o Ibovespa caía 0,68 %, a 101.464,25 pontos. O volume financeiro somava 8,376 bilhões de reais.
Os preços de commodities continuavam pressionados por preocupações com a demanda dadas as apreensões com potenciais efeitos negativos ao crescimento global em razão da guerra comercial entre Estados Unidos e China, que nos últimos dias voltaram a elevar o tom nas discussões.
Para o estrategista Andrew Garthwaite, do Credit Suisse, um acordo não deve ocorrer até sinais mais claros de quem é o oponente democrata do presidente Donald Trump na eleição presidencial do próximo ano ou uma queda acentuada do S&P 500 (10% ou mais), conforme nota a clientes.
Em Wall Street, o S&P 500 cedia 1% nesta sessão.
No Brasil, além da cena corporativa, a equipe da XP Investimentos disse que as atenções estarão voltadas para os oito destaques do projeto da reforma da Previdência que devem ser apreciados nesta sessão na Câmara dos Deputados, após a Casa aprovar o texto base da matéria em segundo turno na véspera.
"O grande desafio será garantir quórum elevado na Casa... Deputados da base governista e de partidos de centro precisam estar presentes para mitigar riscos para as votações remanescentes", destacou em nota a clientes.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) caía 2,9%, conforme os preços do petróleo no exterior recuavam fortemente, com o agravamento das tensões comerciais EUA-China pesando sobre as perspectivas para a economia global e a demanda por energia.
- VALE cedia 1,9%, tendo de pano de fundo a queda do minério de ferro na China pelo quinto dia, pior desempenho em seis semanas, em meio à alta na oferta e a um enfraquecimento da demanda.
- GOL (SA:GOLL4) PN recuava 4,4%, com o dólar rondando 4 reais, uma vez que a moeda norte-americana tem peso relevante nos custos de companhias aéreas. AZUL PN (SA:AZUL4) cedia 1,6%, apesar de números de tráfego no mês de julho, que analistas do Itaú BBA consideraram fortes.
- ITAÚ UNIBANCO PN e BRADESCO PN (SA:BBDC4) subiam 1,4% e 0,9%, respectivamente, ajudando a atenuar as perdas do Ibovespa, enquanto BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3) cedia 1%, tendo no radar que está preparando uma oferta de ações que poderá levantar até 7,9 bilhões de reais, segundo fontes.
- RD (SA:RADL3) valorizava-se 8,1%, após a dona de redes de farmácias reportar aumento do lucro do segundo trimestre, refletindo maiores receitas devido à contínua expansão da rede de lojas, mas a margem teve leve recuo diante de maior agressividade na política de preços.
- BB SEGURIDADE avançava 2,4%, em meio a uma leve alta do lucro líquido no segundo trimestre, enquanto elevou projeções para 2019, refletindo a combinação de melhora no desempenho operacional e do resultado financeiro na primeira metade do ano.
- GERDAU (SA:GGBR4) caía 2,9%, após encerrar o segundo trimestre com lucro líquido de 373 milhões de reais, uma queda de 46,5% ante o mesmo período de 2018, afetada por desinvestimentos no ano passado no exterior, além de revisão de investimentos para 2019.
- LOJAS AMERICANAS recuava 3,7%, após acordo entre a mexicana Femsa e a Raízen na área de lojas de conveniência, em plano que prevê buscar agressivo crescimento nos próximos anos. Para o Brasil Plural (SA:BPFF11), o acordo pode tornar a vida da Lojas Americanas (SA:LAME4) um pouco mais difícil do que o esperado.
(Por Paula Arend Laier)