Por Andre Romani
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa disparou mais de 2% nesta sexta-feira, último pregão antes do primeiro turno das eleições, impulsionado por uma alta forte de Vale e em meio à expectativa de investidores pelo pleito de domingo. Em Wall Street, a sessão fechou no vermelho.
O Ibovespa subiu 2,22%, a 110.036,79 pontos. Na máxima da sessão, alcançou 110.502,20 pontos, enquanto na mínima caiu a 107.315,15 pontos. O volume financeiro foi de 32,9 bilhões de reais.
O índice fechou a semana com queda de 1,5%, setembro com avanço de 0,5% e o trimestre em alta de 11,7%.
O Ibovespa acelerou ganhos à tarde, junto com o real ante o dólar, após a revista Veja publicar nota afirmando que importantes membros da campanha de Lula dão como certa a nomeação de Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, como ministro da Fazenda em caso de êxito petista no pleito.
No entanto, fontes próximas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negaram à Reuters que Meirelles tenha sido definido como nome para comandar o Ministério da Fazenda no caso da vitória do petista das eleições deste mês.
Em entrevista nesta tarde à TC Rádio, do Traders Club, Meirelles negou ter recebido convite direto para participar do governo Lula.
O real reduziu os ganhos no final do pregão e fechou praticamente estável, enquanto o Ibovespa manteve-se acima dos 110 mil pontos. Lula lidera as intenções de voto para presidência nas principais pesquisas, que apontam, inclusive, possibilidade de ganhar o pleito já no domingo.
Analistas do JPMorgan (NYSE:JPM), entretanto, veem disputa mais acirrada e baixa probabilidade de qualquer um dos candidatos vencer a eleição já no primeiro turno. "Achamos que a vitória de qualquer candidato no primeiro turno ainda é improvável e, se isso acontecer, não está precificado mercados", disseram
Nos Estados Unidos, o S&P 500 caiu 1,5%, após subir mais cedo, ainda pressionado pelos temores de recessão econômica diante das altas de juros no país e em outras regiões do globo.
DESTAQUES
- VALE ON (BVMF:VALE3), a ação de maior peso do Ibovespa, saltou 5,3%, a 72,04 reais, após o conselho de administração da mineradora aprovar a reorganização das operações de metais básicos no Brasil. De pano de fundo, minério de ferro teve leve alta em Dalian e em Cingapura. Siderúrgicas também dispararam, com USIMINAS PNA (BVMF:USIM5) avançando 7,4% e CSN ON (BVMF:CSNA3) ganhando 5,7%.
- MAGAZINE LUIZA ON (BVMF:MGLU3) decolou 10,6%, a 4,48 reais, após acelerar ganhos à tarde junto com outras varejistas. VIA ON subiu 8,5% e AMERICANAS ON aumentou 7%.
- CARREFOUR BRASIL ON (BVMF:CRFB3) diminuiu 2,8%, a 19,33 reais, enquanto ASSAÍ ON recuou 2,2% e GPA (BVMF:PCAR3) ON reduziu 0,9%.
- SABESP ON (BVMF:SBSP3) disparou 6,9%, a 49,6 reais, acumulando a terceira alta seguida. Os investidores estão atentos ao pleito estadual em São Paulo, à medida que os candidatos têm planos distintos para estatal paulista. Fernando Haddad (PT) segue na frente, segundo Datafolha divulgado na véspera, com 41% das intenções de votos válidos, enquanto Tarcísio de Freitas (Republicanos), que diminuiu a diferença ao primeiro colocado, aparece com 31%.
- EMBRAER ON (BVMF:EMBR3) teve queda de 2,5%, a 11,65 reais, após dizer que avalia republicar seus resultados do segundo trimestre depois que a controlada Eve detectou necessidade de ajustar contabilização de bônus de subscrição. O Itaú BBA disse que a notícia é negativa, já que pode transferir a atenção dos investidores para os controles internos da Embraer.
- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) avançou 1,7%, a 29,80 reais, ajudada por humor favorável interno, mesmo com a queda de 0,6% do petróleo Brent.
- ENEVA (BVMF:ENEV3) ON perdeu 2,1%, a 14,15 reais, após vencer leilão de energia de reserva nesta sexta-feira, sendo responsável por duas das três usinas termelétricas viabilizadas em um certame esvaziado, com baixa contratação.
- BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) subiu 0,3%, a 19,84 reais, e ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) ganhou 0,5%, a 28,06 reais, em sessão que terminou positiva para os grandes bancos.