Por Gabriela Mello
SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice de ações da bolsa paulista se firmava em território positivo na tarde desta sexta-feira, superando a marca de 90 mil pontos pela primeira vez na história, enquanto as ações de bancos renovavam as máximas em pregão marcado por ajustes de posições típico do fim de mês e cautela no exterior antes de cúpula do G20.
Às 15:32, o Ibovespa (BVSP) subia 0,51 por cento, a 90.167,47 pontos. O volume financeiro somava 8,5 bilhões de reais.
O indicador chegou a subir 0,58 por cento no melhor momento da sessão, atingindo a máxima intradia de 90.232,03 pontos pela primeira vez na história. Na véspera, o índice de referência do mercado brasileiro já havia renovado máxima recorde ao encostar na marca dos 90 mil pontos.
Segundo profissionais de renda variável, os investidores no país aproveitam o último pregão de novembro para ajustar suas carteiras, enquanto monitoram as articulações da equipe de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro para transição de governo.
"Hoje é fechamento de mês e novembro é o último com volumes maiores, então tem gente ajustando as carteiras", comentou o gerente de renda variável da H.Commcor Ari Santos, citando ainda o rebalanceamento do índice MSCI de ações de mercados emergentes.
No exterior, a cautela permeava as negociações antes da cúpula do G20 em Buenos Aires, na Argentina. O foco será o encontro entre os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, que pode ditar os rumos do embate comercial entre as duas maiores economias do mundo.
DESTAQUES
- SUZANO PAPEL E CELULOSE (SA:SUZB3) ganhava 5,96 por cento, tendo o melhor desempenho do Ibovespa, após a companhia anunciar o cronograma para conclusão da fusão com a Fibria (SA:FIBR3), na esteira do aval concedido pelo órgão antitruste da União Europeia. Em relatório, a Guide Investimentos considerou os desdobramentos positivos, reiterando recomendação de compra para Suzano, dado o "ciclo ainda positivo para os preços da celulose em 2019", além das sinergias oriundas da incorporação da Fibria.
- VALE (SA:VALE3) subia 2,3 por cento, acompanhando o avanço dos preços do minério de ferro na China e exercendo umas das principais influências positivas sobre o Ibovespa, em dia também positivo para as siderúrgicas. USIMINAS PNA (SA:USIM5) se valorizava 4,57 por cento, ocupando a segunda posição na lista de maiores altas do índice, enquanto GERDAU PN (SA:GGBR4) tinha ganho de 1,32 por cento e CSN (SA:CSNA3) acréscimo de 2,05 por cento.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) ganhava 0,64 por cento e PETROBRAS ON (SA:PETR3) subia 1,01 por cento, contrariando o recuo das cotações do petróleo lá fora e tendo no radar o noticiário sobre as negociações para votação do projeto de lei da cessão onerosa.
- ITAÚ UNIBANCO (SA:ITUB4) tinha alta de 0,55 por cento e BRADESCO PN (SA:BBDC4) tinha oscilação positiva de 0,36 por cento, renovando as máximas históricas. Na contramão, BANCO DO BRASIL ON (SA:BBAS3) cedia 0,75 por cento. Ainda no setor, o SANTANDER UNIT (SA:SANB11) subia 0,41 or cento.
- ELETROBRAS ON (SA:ELET3) caía 3,3 por cento e ELETROBRAS PNB (SA:ELET6) recuava 2,32 por cento, entre os destaques negativos do índice, com as atenções voltadas ao processo de venda de distribuidoras da elétrica. Na quinta-feira, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liminar que revoga decisão anterior que impedia a venda da Ceal, no Alagoas, segundo documento obtido pela Reuters.