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Ibovespa sobe 0,03%, a 99,8 mil, com foco em Petrobras

Publicado 21.06.2022, 05:00
© Reuters.  Ibovespa sobe 0,03%, a 99,8 mil, com foco em Petrobras
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O bom desempenho das ações de bancos e a mudança de sinal em Petrobras (SA:PETR4), de negativo para positivo na sessão, contribuíram para que o Ibovespa respirasse um pouco neste começo de semana, chegando a recuperar a linha dos 100 mil pontos após ter fechado a sexta-feira no menor nível desde 4 de novembro de 2020, no que foi também a pior semana (-5,36%) desde outubro passado. Hoje, sem a referência de Nova York, em feriado, mas com retomada nas praças europeias, o índice da B3 (SA:B3SA3) fechou em alta, mas perdeu força na reta final e subiu apenas 0,03%, aos 99.852,67 pontos, entre mínima de 98.408,88 e máxima de 100.481,11, saindo de abertura aos 99.824,25 pontos.

Enfraquecido pelo feriado americano, o giro financeiro ficou em R$ 22,6 bilhões nesta segunda-feira. No mês, o Ibovespa cede 10,33%, levemente acima das perdas de abril (10,10%), até aqui as piores desde a queda de 29,90% no auge da aversão a risco pela pandemia, em março de 2020. Nas duas últimas sessões, a mínima do dia ficou em torno dos 98,4 mil pontos. E, no ano, as perdas acumuladas pela referência da B3 estão agora em 4,74%.

"A região de 98,5 mil é um suporte que tem certo peso. A depender do fluxo de notícias no curto prazo, se não conseguir segurá-lo, pode ir para os 94 mil pontos, e permanecer pela faixa dos 94 aos 98 mil como visto por um bom tempo durante o segundo semestre de 2020", diz Armstrong Hashimoto, sócio e operador da mesa de renda variável da Venice Investimentos.

Da sessão de hoje, ele destaca a recuperação parcial em Petrobras (ON +0,87%, PN +1,14%), com o mercado parecendo ter interpretado que a saída antecipada de José Mauro Coelho da presidência da companhia, após a recente queda de braço entre a estatal e o governo sobre os preços dos combustíveis, pode ter sido uma compensação, uma troca, para impedir a instalação de CPI.

No começo do pregão, a confirmação da saída de Coelho, em fato relevante divulgado pela empresa, resultou em suspensão temporária das ações da Petrobras, pela manhã, em dois momentos. Também em fato relevante, a estatal informou que a presidência será ocupada interinamente pelo diretor executivo de Exploração e Produção, Fernando Borges.

"Não existe bala de prata para resolver a inflação, na canetada, com uma matriz de transporte, no Brasil, baseada no rodoviário. O custo de diesel é alto e impacta toda a cadeia, gerando inflação, o que não é nada bom em ano eleitoral. Por isso, volta-se ao tema Petrobras e preço dos combustíveis. Mais do que jogar a culpa na empresa, é uma questão conjuntural", diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, citando também fatores externos, como o efeito da guerra no leste europeu sobre as cotações do petróleo e as limitações globais em capacidade de refino, considerando a demanda corrente. "O impacto é sentido em todas as economias", acrescenta.

No quadro mais amplo, a semana reserva uma série de dados domésticos que tendem a contribuir para o mercado ajustar a curva de juros, com respeito aos próximos movimentos do Copom. Destaque, amanhã, para a ata do Copom e, na quinta-feira, para a coletiva do presidente do BC, Roberto Campos Neto, antes do anúncio do IPCA-15 de junho, na sexta-feira. Lá fora, destaque na semana para as leituras preliminares sobre índices de atividade de junho, os PMIs.

"Recentemente o Ibovespa emendou oito perdas diárias, algo que não se via há um bom tempo. Houve grande correção e, depois dessa realização, costuma vir a busca por descontos. Após a saída vista em maio (R$ 6,1 bilhões), ocorreu ingresso (R$ 3 bilhões) de recurso estrangeiro na primeira metade de junho (até dia 15). Chega uma hora em que o mercado começa a cansar da correção, de ajustar pra baixo, e as oportunidades (de compra) vão surgindo. Mas há também a busca por renda fixa, com os juros subindo pelo mundo", diz Hashimoto, da Venice.

Na ponta do Ibovespa nesta segunda-feira, destaque para Magazine Luiza (SA:MGLU3) (+8,40%), WEG (SA:WEGE3) (+5,56%) e Itaú (SA:ITUB4) (+4,35%). No lado oposto, Natura (SA:NTCO3) (-7,61%), Pão de Açúcar (SA:PCAR3) (-6,54%) e Totvs (SA:TOTS3) (-4,96%). Entre as blue chips, além de Itaú PN destaque também para as ações de outros grandes bancos, como Bradesco (SA:BBDC4) (PN +2,65%) e Santander (SA:SANB11) (Unit +2,13%), enquanto Vale ON (SA:VALE3) fechou o dia em queda de 2,47%, respondendo à correção no minério de ferro, em retração de 8,18% em Qingdao, China, no menor nível desde dezembro passado.

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