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Ibovespa sobe 1,01%, aos 107,1 mil pontos, no maior nível desde fevereiro

Publicado 09.05.2023, 15:14
Atualizado 09.05.2023, 18:52
© Reuters.  Ibovespa sobe 1,01%, aos 107,1 mil pontos, no maior nível desde fevereiro
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Mesmo com os juros domésticos longos sob pressão como ontem, e o prosseguimento da cautela externa quanto ao teto da dívida americana e os sinais negativos em torno dos bancos regionais, na véspera de nova leitura sobre a inflação nos Estados Unidos, o Ibovespa se manteve descolado de Nova York nesta terça-feira, emendando o quarto ganho diário: mais longa sequência de recuperação desde os cinco avanços entre os dias 24 e 30 de março. No último dia 3, o índice fechou aos 101,8 mil pontos e, desde então, a retomada chega a 5,3 mil pontos neste começo de maio.

Hoje, a referência da B3 (BVMF:B3SA3) oscilou entre 105.549,08 e 107.731,10 (+1,59%) para fechar em alta de 1,01%, aos 107.113,66 pontos, no maior nível desde 23 de fevereiro, então aos 107.592,87. Enfraquecido em relação às duas sessões anteriores, em que havia se reaproximado do limiar de R$ 30 bilhões, o giro financeiro ficou em R$ 21,9 bilhões nesta terça-feira. Na semana, o Ibovespa sobe 1,87% e, no mês, 2,57%, limitando as perdas no ano a 2,39%. Em Nova York, os principais índices de ações fecharam o dia em baixa entre 0,17% (Dow Jones) e 0,63% (Nasdaq) na sessão.

"O índice deu prosseguimento ao movimento do dia anterior, mesmo sem apoio de Nova York e dos juros futuros, com retomada das ações de bancos e também de commodities - em que a China, apesar dos dados mistos sobre o comércio exterior, tem mostrado em geral nível de atividade melhor do que as demais economias, que têm piorado na margem", diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

Assim, como na segunda-feira, os segmentos mais líquidos e de maior peso no índice avançaram, e mesmo as utilities, que ontem haviam operado na contramão do Ibovespa, subiram hoje, com Eletrobras (BVMF:ELET3) à frente (ON +4,13%, PNB +3,82%), mais do que recuperando as perdas da elétrica no dia anterior. Na ponta ganhadora do índice na sessão, ações do setor de consumo, como Natura (BVMF:NTCO3) (+15,08%), Magazine Luiza (BVMF:MGLU3) (+6,98%), Via (+5,05%) e Renner (BVMF:LREN3) (+4,17%), além de IRB (BVMF:IRBR3) (+5,50%). No lado oposto, Raízen (BVMF:RAIZ4) (-3,93%), Yduqs (BVMF:YDUQ3) (-2,95%), TIM (BVMF:TIMS3) (-2,86%) e Hapvida (BVMF:HAPV3) (-1,37%).

Entre as blue chips, Petrobras (BVMF:PETR4) (ON +0,77%, PN +0,33%) e Vale (BVMF:VALE3) (ON +1,03%) mostraram hoje ganhos mais modestos, o que restringiu o dinamismo do Ibovespa ao longo da tarde. Algumas ações de bancos, por sua vez, acabaram fechando o dia em baixa, como PN de Bradesco (BVMF:BBDC4) (-0,98%) e BB (BVMF:BBAS3) ON (-0,30%).

Destaque da agenda doméstica, a ata do Copom, divulgada pela manhã, corroborou a impressão conservadora deixada no comunicado emitido pelo colegiado na noite de quarta-feira passada, quando, conforme esperado, manteve a Selic em 13,75%, sem sinais de flexibilização da taxa de juros, no curto prazo. A ata chega no dia seguinte à confirmação de que o secretário-executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo, é o escolhido do governo para ocupar a diretoria de Política Monetária do Banco Central, em aberto desde o fim de fevereiro.

"A ata veio igual ao comunicado, sem novidades, com uma linguagem mais 'light' quanto a elevar juros, mas sem sinalização alguma quanto a corte para a reunião de junho. No segundo semestre, com as expectativas de inflação parando de crescer e caindo um pouco mais, quem sabe podem vir, a partir de agosto, pequenos cortes de 25 pontos-base, considerando o horizonte relevante, de 18 meses, usado pelo Banco Central com relação à meta de inflação", diz Igor Barenboim, sócio e economista-chefe da Reach Capital.

"Galípolo é um cara articulado e capaz de construir consensos, conhecedor do sistema financeiro, o que pode contribuir para que se comece a cortar a Selic em 25 pontos-base em agosto - quando certamente estará nomeado -, chegando ao fim do ano a 12,75%, de 25 pontos em 25 pontos até lá", acrescenta o economista, para quem a escolha retira um pouco do "risco de cauda".

"É um nome alinhado ao governo, mas foi presidente de banco - um nome bom dentro do universo possível. E quando sentar na cadeira, não será o Galípolo do PT, amigo do Lula. O BC tem institucionalidade: ele precisará envolver o corpo técnico e construir consensos. Terá responsabilidades, sem estripulias", acrescenta.

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