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Ibovespa sobe 1,53% e retoma os 110 mil pontos, limitando perda do mês a 2%

Publicado 28.12.2022, 15:46
© Reuters Ibovespa sobe 1,53% e retoma os 110 mil pontos, limitando perda do mês a 2%
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A "PEC do Guedes", proposta de arcabouço fiscal deixada pelo atual governo e que pode vir a ser apreciada pelo Congresso, contribuiu para descompressão da curva de juros na sessão, favorecendo o apetite por ações de consumo nesta quarta-feira, 28, na B3 (BVMF:B3SA3). Assim, com poucas exceções negativas entre os componentes do Ibovespa, o índice de referência da Bolsa recuperou e manteve o nível de 110 mil pontos, não visto em fechamento desde o último dia 6. Em alta de 1,53%, aos 110.236,71 pontos, foi o maior nível de encerramento desde 2 de dezembro, então aos 111.923,93 pontos.

No mês, o Ibovespa limita a perda a 2,00%, após ter iniciado a segunda quinzena de dezembro, no fechamento do dia 16, com retração acumulada de 8,5%. Na semana, com o desempenho de hoje, o índice vira do negativo ao positivo, com leve ganho de 0,49% no intervalo. Em 2022, sobe 5,17%. Fraco, o giro ficou em R$ 18,8 bilhões na sessão, em que o Ibovespa oscilou entre 108.578,38, mínima correspondente à abertura, e máxima de 110.535,56, maior nível intradia desde 6 de dezembro.

"O dia foi negativo para os principais ativos de risco no exterior, com muitas bolsas em baixa e com liquidez ainda reduzida. Há flexibilização de restrições na China, da política de Covid-zero, mas permanece muita incerteza com relação ao aumento das infecções por lá. Isso claramente se coloca como um ponto de cautela para o cenário externo", diz Rodrigo Ashikawa, economista da Principal Claritas.

"No Brasil, ajudou a notícia, pela manhã, de que o Congresso pode usar uma proposta da equipe do Paulo Guedes para discutir uma nova regra fiscal no próximo ano. O que poderia ajudar a fomentar as discussões fiscais para o ano que vem, reduzindo a margem de manobra do (presidente eleito) Lula, se o Centrão for, de fato, por esse caminho", acrescenta o economista. "Claramente, nada muito certo por enquanto. Com certeza, mais discussões acontecerão, mas hoje ajudou o desempenho dos ativos."

Na B3, destaque nesta quarta-feira para o índice de consumo (ICON), em alta de 2,46% na sessão, bem superior à de materiais básicos (IMAT+0,52%), que havia sido o ponto forte de ontem. As ações do setor financeiro também foram bem nesta quarta-feira, com ganhos de 1,79% (Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) ON) a 3,06% (Bradesco (BVMF:BBDC4) PN) entre as grandes instituições. Na ponta do Ibovespa, BRF (BVMF:BRFS3) (+7,93%), Natura (BVMF:NTCO3) (+7,21%), IRB (BVMF:IRBR3) (+6,82%), Magazine Luiza (BVMF:MGLU3) (+6,75%) e Americanas (BVMF:AMER3)(+6,11%). No lado oposto, apenas seis papéis da carteira, entre os quais Petrobras (BVMF:PETR4) (ON -0,56%, PN -1,23%) e Vale (BVMF:VALE3) (-0,22%), além de Gerdau Metalúrgica (BVMF:GOAU4) (-0,91%), Gerdau (BVMF:GGBR4) (-0,44%) e Carrefour (BVMF:CRFB3) Brasil (-0,72%).

"O mercado foi liderado hoje por empresas com maior sensibilidade à taxa de juros, as de consumo cíclico e ligadas à economia doméstica, entre as quais as de comércio eletrônico e as de construção civil. O que tem a ver com fechamento dos juros futuros, que ajuda essas empresas, de 'driver' interno, na medida em que melhora a perspectiva fiscal e a dinâmica também para o PIB", diz Luiz Adriano Martinez, sócio e gestor de renda variável da Kilima Asset.

"O encerramento das desonerações fiscais sobre os combustíveis, num entendimento consensual entre Haddad e Guedes, é algo positivo para 2023 com relação aos cofres públicos, uma recuperação de receita no momento em que se discute equilíbrio fiscal", diz Charo Alves, especialista da Valor Investimentos, referindo-se a outro desdobramento favorável em Brasília, de ontem para hoje.

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