Arena do Pavini - O Índice Bovespa está em forte alta hoje, repercutindo o resultado da pesquisa do Ibope sobre a eleição presidencial divulgada ontem. Nela, o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro interrompe a queda registrada nas pesquisas anteriores e volta a crescer, abrindo maior vantagem em relação ao candidato do PT, Fernando Haddad, que permaneceu estável e registrou um forte aumento na rejeição.
O Índice Bovespa estava em alta de 3,10%, aos 81.063 pontos, com papéis como Petrobras (SA:PETR4) subindo 5%, Banco do Brasil (SA:BBAS3), 6%, Itaú Unibanco (SA:ITUB4), 3% e Bradesco (SA:BBDC4), 3,5%. Eletrobras (SA:ELET3) liderava as altas do índice, com 7%. Só três dos 65 papéis do índice estavam em baixa, todos de exportadoras, que sofrem com a queda do dólar: Suzano (SA:SUZB3), 2,44%, Fibria (SA:FIBR3), 1,14% e a unit (recibo de ações) da Klabin (SA:KLBN11), com 0,25% de queda. O dólar comercial está em baixa de 1,5%, vendido a R$ 3,958. Os juros também estão em queda, diante da expectativa de que a vitória de um candidato favorável às reformas derrube ainda mais o dólar e permita manter a inflação baixa por mais tempo.
A expectativa de vitória do candidato do PSL, que defende a continuidade e até o aprofundamento do ajuste fiscal e a reforma da Previdência, talvez até em primeiro turno, fez o mercado brasileiro ignorar a piora das bolsas no exterior. “O dia é negativo nos mercados externos”, afirma Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe da consultoria independente Levante. Segundo ele, o problema lá fora está na Europa, onde mais uma vez o governo italiano provocou tensão nos mercados por conta da sua situação fiscal. Dessa vez, Claudio Borghi, que comanda o comitê de orçamento da Câmara dos deputados da Itália, afirmou que o problema fiscal italiano poderia ser resolvido com uma moeda própria, em um claro ataque à moeda única europeia. “A fala gerou uma aversão ao risco nos países europeus e fuga de capitais para países mais seguros da Europa”, afirma Bevilacqua.
Já no mercado interno, o dia promete ser de grande alvoroço depois da pesquisa Ibope. “O bom humor local em função da melhora do candidato reformista Bolsonaro fará com que o dia seja positivo e e descole do exterior mais negativo”, acredita o estrategista. “Com isso, o dia deve ser positivo para Bolsa e dólar”.
Por Arena do Pavini