Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa avançava nesta quarta-feira, após um ajuste negativo na véspera, com a alta dos preços futuros do minério de ferro beneficiando as ações da Vale, enquanto agentes financeiros continuam acompanhando o andamento do novo marco fiscal do país em Brasília.
Às 10:53, o Ibovespa subia 0,96 %, a 109.232,47 pontos, em sessão também marcada pelo vencimento de opções sobre o índice e ajustes de ações após oscilações expressivas na véspera. O volume financeiro somava 2,9 bilhões de reais.
Na visão de Dan Kawa, diretor de investimentos na TAG, embora ainda existem críticas ao modelo da nova regra fiscal, os mercados no Brasil continuam reagindo como se um risco de curto prazo, ou o risco de um evento ainda pior, tenha sido retirado do cenário.
Além disso, acrescentou em comentários enviados a clientes, "a postura do Congresso, que está tentando se colocar como 'guardião' dos avanços do país, tem ajudado o mercado a retirar os excessos de prêmio de risco dos ativos locais".
Em Wall Street, o sinal positivo prevalecia, com o S&P 500 em alta de 0,2%%, o que corroborava a retomada do viés de alta no pregão brasileiro.
Na véspera, Ibovespa fechou em queda, encerrando uma sequência de oito altas, com Magazine Luiza desabando mais de 20% na esteira de prejuízo maior do que o esperado no primeiro trimestre, enquanto Petrobras avançou após anunciar nova política de preços.
DESTAQUES
- VALE ON (BVMF:VALE3) avançava 2,79%, a 69,53 reais, em dia de alta no setor de mineração e siderurgia. Os contratos futuros do minério de ferro nas bolsas de Dalian e Cingapura subindo para seus níveis mais altos em mais de três semanas nesta quarta-feira, em alta pelo terceiro dia consecutivo na esperança de uma melhora da demanda depois que algumas usinas retomaram a produção.
- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) cedia 0,65%, a 26,13 reais, após fortes ganhos recentes, mesmo em dia de alta dos preços do petróleo no exterior, enquanto agentes financeiros continuam analisando a nova política de preços anunciada na véspera pela empresa. Analistas acreditam que a nova estratégia será mesmo testada quando os preços dispararem e houver pressão política por controle inflacionário.
- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) valorizava-se 0,85%, a 27,15 reais, e BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) ganhava 0,26%, a 15,62 reais.
- BRF ON (BVMF:BRFS3) mostrava acréscimo de 3,16%, a 6,85 reais, também se recuperando de perda relevante na terça-feira, pressionada pelo prejuízo maior do que o previsto no primeiro trimestre. De acordo com reportagem do Valor Econômico ainda na véspera, a empresa está negociando a venda de precatórios, créditos tributários e ativos judiciais de cerca de 2 bilhões de reais.
- MAGAZINE LUIZA ON (BVMF:MGLU3) subia 0,59%, a 3,4 reais, em sessão de correção após desabar mais de 20% na véspera na sequência de resultado trimestral pior do que as expectativas. A reação - que se estendia pelo setor como um todo - era apoiada por dados de vendas do varejo no país de março bem melhores do que o esperado. VIA ON (BVMF:VIIA3) avançava 1,47%
- CARREFOUR BRASIL ON (BVMF:CRFB3) registrava elevação de 1,04%, 9,74 reais, endossado ainda por relatório de analistas do Citi, elevando a recomendação das ações do varejista para "compra", com preço-alvo de 15 reais.
- IRB BRASIL ON (BVMF:IRBR3) recuava 4,72%, a 33,92 reais, também refletindo ajustes após forte valorização em maio, de 26% até a véspera, quando fechou em queda, após renovar uma máxima intradia desde janeiro, tendo o balanço dos primeiros meses do ano no radar.