Ibovespa tem queda com Petrobras; Vale e BB atenuam perda

Publicado 26.08.2025, 17:49
Atualizado 26.08.2025, 17:57
© Reuters.

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou com uma queda modesta nesta terça-feira, com as ações da Petrobras entre os pesos negativos em meio ao declínio do petróleo no exterior, enquanto Vale atenuou a perda, assim como Banco do Brasil, que avançou 1,65%, em dia de trégua na pressão vendedora, atuando como um contrapeso positivo.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa recuou 0,18%, a 137.771,39 pontos, após marcar 137.058,48 pontos na mínima e 138.036,72 pontos na máxima. O volume financeiro somou apenas R$19,9 bilhões.

A segunda sessão da semana teve também de pano de fundo a escalada nas tensões entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o Federal Reserve, após o republicano anunciar na véspera que irá destituir Lisa Cook do cargo de diretora do Fed, alegando declarações falsas em formulários de hipotecas.

Trump disse em uma carta a Cook ter "motivos suficientes para removê-la de seu cargo" porque, em 2021, ela havia indicado em dois documentos de empréstimos hipotecários separados para propriedades em Michigan e na Geórgia que ambas eram a residência principal onde ela pretendia morar.

Cook respondeu várias horas depois, em uma declaração enviada por email aos repórteres por meio do escritório de advocacia de Abbe Lowell, que Trump "não tem autoridade" para removê-la do cargo. "Continuarei a desempenhar minhas funções para ajudar a economia americana."

O Fed afirmou que Cook buscará aprovação judicial para continuar exercendo sua função no banco central norte-americano.

"Foi o principal assunto do dia", afirmou o sócio e advisor da Blue3 Investimentos Willian Queiroz, acrescentando que os investidores ainda estão digerindo o movimento e buscando entender os seus efeitos potenciais.

Wall Street terminou com sinal positivo. O S&P 500 terminou com acréscimo de 0,41%.

No Brasil, o IBGE divulgou que o IPCA-15 recuou 0,14% em agosto, após alta de 0,33% em julho, enquanto previsões de economistas em pesquisa Reuters apontavam queda de 0,19%. Foi a primeira deflação em dois anos. A taxa em 12 meses foi de 4,95%.

De acordo com economistas do Bradesco, o IPCA-15 de agosto ficou acima do esperado, com serviços mais pressionados por diversos itens mais voláteis. "Em nosso cenário de desaceleração econômica à frente, continuamos a enxergar o arrefecimento da inflação para o fim desse ano e ao longo de 2026."

DESTAQUES

- PETROBRAS PN caiu 0,72%, acompanhando o movimento dos preços do petróleo no exterior, onde o barril sob o contrato Brent fechou em baixa de 2,3%, a US$67,22. PETROBRAS ON perdeu 0,51%. No setor, PRIO ON recuou 1,18%, PETRORECONCAVO ON perdeu 2,06% e BRAVA ON subiu 0,56%.

- SABESP ON recuou 1,96%, refletindo ajustes após quatro altas seguidas, período em que acumulou alta de 3,6%. Na véspera, a companhia de água e esgoto anunciou que, em cumprimento de decisão da agência reguladora Arsesp, adotará medidas para preservar mananciais e reservatórios, incluindo redução da pressão noturna.

- BANCO DO BRASIL ON subiu 1,65%, experimentando uma trégua na pressão negativa recente com ruídos envolvendo a aplicação da Lei Magnitsky e o resultado fraco no segundo trimestre. No setor, BRADESCO PN caiu 0,24% e SANTANDER BRASIL UNIT ganhou 0,66%, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 0,67%.

- VALE ON fechou em alta de 0,89%, apesar da queda dos futuros do minério de ferro na China, após novas ameaças de tarifas por Trump. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com queda de 0,7%, a 776,5 iuanes (US$108,56) a tonelada, após atingir na véspera uma máxima desde 14 de agosto.

- MRV&CO ON recuou 3,43%, em dia de alta nas taxas dos contratos de DI, que afetou também outros papéis sensíveis a juros. YDUQS ON perdeu 2,45% e MAGAZINE LUIZA ON caiu 1,69%.

- RAÍZEN PN recuou 2,86%, após fechar três sessões consecutivas no azul, enquanto permanecem preocupações com o nível de endividamento da produtora de açúcar e etanol de cana, uma joint venture entre Shell e Cosan. COSAN ON encerrou com declínio de 0,73%.

- MINERVA ON avançou 3,13%, no oitavo pregão seguido de alta, acumulando no período ganho de 23,8%. Dados na véspera mostraram que a exportação de carne bovina in natura cresceu 34,7% em agosto até a quarta semana em comparação com o mês todo de agosto do passado. Os papéis, que fecharam a R$5,93, porém, permanecem distante das máximas do ano -- de R$7,01 no fechamento e R$7,30 no intradia.

- GPA ON valorizou-se 3,13%, ampliando os ganhos da véspera, quando fechou em alta de quase 9% após anúncio de que a família Coelho Diniz ampliou sua participação na companhia a quase 25% e pediu convocação de assembleia geral extraordinária para decidir sobre a destituição integral do conselho de administração e eleição de novos membros.

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