Investing.com - O Ibovespa testa os 59 mil pontos nesta quinta-feira embalado pelas decisões do Fed e do BoJ e perspectivas de juros menores no Brasil. Em um dia ainda marcado por nova fase da Operação Lava Jato que prendeu temporariamente o ex-ministro Guido Mantega, o índice sobe 1%.
O cenário externo é de otimismo após a revisão das expectativas de alta de juros nos EUA, que, segundo o Fed, deverá ter apenas duas elevações em 2017, contra três anteriormente previstas. No início do ano, o banco previa até quatro altas em 2016, que foram sendo adiadas com o enfraquecimento da economia global e novos riscos, como o Brexit. Segundo o Fed Rate Monitor Tool do Investing.com, 57,4% dos investidores pesquisados acreditam em alta de juros ainda neste ano, sendo que as apostas majoritariamente apontam para a reunião de dezembro.
Nos EUA, o Dow 30 e o Nasdaq avançam 0,6% e o S&P 500 ganha 0,5% em meio ao cenário mais positivo para os ativos de maior risco. O DAX e o CAC 40 dispararam 2,3% e o FTSE 100 subiu 1,1%.
No cenário interno, o IPCA-15 avançou 0,23%, abaixo das expectativas do mercado, que apontavam para 0,35%. O ritmo mais lento da inflação abre espaço para que o BC encaminhe uma redução da Selic nas próximas reuniões. Em Nova York, o ministro da Fazenda causou ruído ontem ao anunciar que é altamente provável a redução das taxas de juros no Brasil até o final do ano, tema sob responsabilidade exclusiva do BC.
O noticiário policial segue intenso com nova fase da Operação Lava Jato, nomeada de Arquivo X, que investiga pagamento de propina de empresas relacionadas ao grupo empresarial de Eike Batista. Segundo os procuradores, o empresário afirmou em depoimento espontâneo que o ex-ministro Guido Mantega pediu doação de R$ 5 milhões ao PT após contrato bilionário da unidade de construção naval do grupo X com a Petrobras (SA:PETR4). Mantega foi preso e posteriormente liberado por Sérgio Moro, após ter sido preso enquanto acompanhava sua esposa em uma cirurgia.
A Petrobras rompe novamente os R$ 14 com o ambiente positivo e embalada pelo novo plano de negócios que cortou 25% dos investimentos e adiantou a meta de desalavancagem da companhia para o patamar de 2,5x em 2018. A companhia também é beneficiada por avanço da cotação do petróleo, que sobe 2% nesta quinta-feira.
A Vale (SA:VALE5) opera estável no pregão de hoje após avançar 9,5% nos últimos três pregões. Na China, o minério de ferro avançou novamente e se aproximou do patamar de US$ 56,50/t. A Bradespar (SA:BRAP4) avança 1,6%.
O setor siderúrgico avança nesta quinta-feira, liderado por ganhos de 2% da Usiminas (SA:USIM5). Metalúrgica Gerdau (SA:GOAU4), Gerdau (SA:GGBR4) e CSN (SA:CSNA3) sobem 1,5%.
O Itaú Unibanco (SA:ITUB4) e o Itausa (SA:ITSA4), sobem, respectivamente 1,2% e 1%, em meio a confirmação do banco de que negocia a aquisição das operações do varejo do Citibank no Brasil. Ontem, jornais garantiram que o Itaú tem exclusividade para negociar a aquisição do banco, superando o Santander (SA:SANB11), até então favorito para a aquisição. Bradesco (SA:BBDC4) ganha 1,1% e o Banco do Brasil (SA:BBAS3) sobe 0,5%.
A CCR (SA:CCRO3) sobe 2% após o Cade aprovar a venda da sua fatia na CPFL (SA:CPFE3) (+0,1%) para o grupo chinês State Grid.
A Cosan (SA:CSAN3) figura entre as principais perdas do dia, com queda de 1%, um dia após anunciar investimento extra de R$ 196 milhões para a expansão da rede de postos da Ipiranga.
As exportadoras de papel e celulose lideram as perdas do dia com a perspectiva de um dólar mais fraco no longo prazo. Fibria (SA:FIBR3) perde 3%, seguida por Suzano (SA:SUZB5), com -1,5%.
Dólar
A moeda norte-americana passou a subir frente ao real após operar abaixo dos R$ 3,20 pela manhã. A divisa é negociada a R$ 3,22 com o movimento comprador liderado por importadores.