RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) poderá abrir o capital da sua subsidiária de distribuição de combustíveis BR Distribuidora ainda neste ano se as condições de mercado forem favoráveis, afirmou nesta sexta-feira o presidente da petroleira estatal, Aldemir Bendine.
O executivo destacou que a escolha de bancos para o processo de listagem da empresa está em curso, mas ainda não está definido.
Duas fontes disseram à Reuters em meados de julho que até o momento a Petrobras contratou Citi, Banco do Brasil (SA:BBAS3), Itaú (SA:ITSA4) BBA, Bradesco (SA:BBDC4) BBI e BTG Pactual (SA:BBTG11) para coordenar a oferta de ações da BR Distribuidora.
"Faz parte sim, dentro do processo de abertura de capital de uma empresa, você ter um conjunto de bancos, não só 'advisors', mas também de colocadores de mercado. A gente está finalizando a escolha desses bancos, mas ainda não há uma decisão tomada de quais serão", afirmou o presidente, em uma coletiva de imprensa na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro.
Questionado se a Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês) será neste ano, Bendine afirmou que "se o mercado assim o permitir, assim o faremos".
No início de julho, a diretoria executiva informou em comunicado ao mercado que havia autorizado a elaboração de estudos para analisar alternativas estratégicas para a subsidiária BR Distribuidora.
Na ocasião, a petroleira explicou apenas que dentre as possibilidades que seriam exploradas estavam a atração de um sócio estratégico e a abertura de capital, tornando a subsidiária uma companhia listada no Novo Mercado da BM&FBovespa (SA:BVMF3).
Bendine disse ainda que a companhia espera recuperar todos os mais de 6 bilhões de reais que foram identificados por ela como desviados em corrupção, na esteira da Operação Lava Jato.
"A Petrobras não lançou só 6 bilhões de reais de perdas com corrupção, ela lançou também um teste de paridade dos seus ativos, onde poderiam estar incluídos sobrepreços ou más práticas em relação a esse tema. Na verdade, esse valor lançado em seu balanço foi acima de 50 bilhões de reais", comentou Bendine.
As declarações foram feitas na saída de um evento em que o Ministério Público Federal devolveu simbolicamente mais 69 milhões de reais à Petrobras, restituindo perdas da estatal com propina.
(Por Marta Nogueira e Rodrigo Viga Gaier)