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IPOs perdem força com onda brutal de coronavírus e caos político

Publicado 14.04.2021, 13:52
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Por Carolina Mandl

SÃO PAULO (Reuters) - A longa lista de empresas brasileiras em busca de uma listagem na bolsa de valores está sofrendo um revés à medida que os investidores começam a hesitar em participar de muitos negócios.

Cada vez mais uma nova onda bastante intensa da pandemia e a turbulência política assustam os gestores de fundos, forçando várias empresas a redimensionar, postergar e até cancelar suas ofertas públicas iniciais (IPO, na sigla em inglês).

Nas últimas duas semanas, por exemplo, o laboratório médico Diagnóstico da América e a distribuidora de eletrônicos Allied Tecnologia reduziram suas respectivas faixas de preços. Enquanto isso, a empresa farmacêutica Blau diminuiu o tamanho de sua oferta planejada e a empresa de software LG, o banco BV e a Viveo, distribuidora de produtos de saúde, cancelaram, pelo menos temporariamente, os IPOs planejados. A rede de hospitais Mater Dei tentará precificar sua oferta nesta quarta-feira, depois de reduzir o preço.

O chefe de banco de investimento do Itaú BBA, Roderick Greenlees, espera que apenas cerca de metade das 40 ofertas aguardadas para os meses de abril e maio sejam efetivamente concluídas. Onze empresas já afirmaram que pretendem precificar suas ofertas nas próximas semanas.

"O mercado melhorou depois de atingir uma baixa duas semanas atrás", ele disse, acrescentando que algumas ofertas foram lançadas na última semana.

O ano passado foi o mais movimentado do Brasil nos últimos 13 para ofertas de ações, com 60 IPOs e follow-ons, e os executivos de bancos de investimentos estavam se preparando para uma safra ainda maior em 2021.

Empresas em setores mais resilientes, como saúde, tecnologia e finanças, tendem a concluir mais ofertas, disse o presidente-executivo da unidade brasileira do Morgan Stanley (NYSE:MS), Alessandro Zema. Mas mesmo essas companhias estão encontrando resistência dos investidores.

O presidente Jair Bolsonaro surpreendeu o mercado em fevereiro ao demitir o presidente-executivo da Petrobras (SA:PETR4) em retaliação a uma série de altas nos preços dos combustíveis. Mais tarde, em outro golpe para o sentimento do mercado, o presidente-executivo do Banco do Brasil (SA:BBAS3) renunciou após Bolsonaro criticar seu plano de corte de custos. Ambos os movimentos trouxeram apreensão nas mesas de negociação. Adicionando pressão na frente política, o Senado está se preparando uam CPI para investigar como o governo lidou com a pandemia de coronavírus.

Uma oferta pública inicial de 5 bilhões de reais pela seguradora estatal Caixa Seguridade, marcada para 27 de abril, testará se o governo ainda pode atrair investidores.

O Brasil tem hoje o segundo surto de coronavírus mais mortal do mundo e a vacinação avança lentamente, minando a confiança na previsão do governo de crescimento do PIB de 3,2%, uma estimativa comumente usada por investidores em seus cálculos para definir as avaliações de empresas.

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O apetite dos investidores estrangeiros por IPOs diminuiu significativamente, forçando as empresas a dependerem fortemente de gestores de fundos domésticos, disse à Reuters um gestor de private equity que planeja listar uma empresa de portfólio. Muitos investidores locais estão migrando de renda fixa para ações, já que as taxas de juros do Brasil estão na casa de um dígito, dando algum fôlego às ofertas, embora esse movimento tenha ficado mais lento este ano.

Em fevereiro e março, houve saída líquida de 11,4 bilhões de reais do segmento Bovespa, que exclui os números de IPO e follow-ons, mas ainda há um saldo positivo de 13 bilhões de reais no ano até agora. O Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, mostra desempenho inferior aos índices dos EUA, onde a atividade do mercado de capitais está intensa com o avanço da vacinação.

"Somente uma velocidade maior de vacinação poderá levar a uma recuperação econômica mais rápida, favorecendo a perspectiva para os negócios", disse Zema.

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