(Reuters) -As ações do IRB Brasil (BVMF:IRBR3) Re renovaram mínima histórica nesta segunda-feira, a 1,85 real, a poucos dias da precificação de uma oferta bilionária de ações da resseguradora, que busca reenquadramento de indicadores regulatórios.
Às 12:12, os papéis da empresa caíam 4,06 %, a 1,89 real, entre os piores desempenho do Ibovespa, que subia 0,23%. Na mínima, mais cedo, a ação da resseguradora recuou 6,09%, a 1,85 real, menor patamar intradia em termos históricos. Em 2022, os papéis perdem mais de 50%.
A empresa lançou na semana passada oferta primária com esforços restritos de, inicialmente, 597 milhões de ações. Se houver demanda, o montante pode ser elevado em até 200%, ou quase 1,2 bilhão de ações.
A definição do preço por ação da operação, que é amplamente esperada, ocorrerá na quinta-feira.
Além da diluição relevante de acionistas que não participarem da oferta, analistas também destacaram que se espera um desconto significativo, dado o tamanho da operação.
Analistas no JPMorgan (NYSE:JPM) reiteraram recomendação 'underweight' nesta segunda-feira e afirmaram esperar que o preço da ação se ajuste em meio à oferta.
"Nós observamos, no entanto, que a combinação de um potencial aumento de capital bem-sucedido e a recuperação de lucros pode ser um gatilho pós-oferta positivo, especialmente para a base de investidores de varejo", escreveram.
Em relatório tratando de retorno sobre o patrimônio (ROE) e múltiplos potenciais do IRB no longo prazo, Guilherme Grespan e equipe estimaram que os ROEs sustentáveis da resseguradora podem estar na faixa de cerca de 15% a 18%.
"Essa faixa de rentabilidade seria consistente com 0,9 vez a 1,2 vez o preço sobre o valor patrimonial (P/BV) em nossa visão", acrescentaram.
As projeções do JPMorgan para o resultado de 2022 apontam ROE negativo de 9,1%, com múltiplo P/BV em 0,8 vez. Para 2023, calculam ROE positivo de 5,3% e múltiplo de 0,7 vez.
(Por Paula Arend Laier; edição de André Romani)