MILÃO (Reuters) - O Tesouro da Itália terá poderes de veto com relação a questões estratégicas envolvendo a rede de telefonia fixa da Telecom Italia, como parte de um acordo em que a norte-americana KKR assumirá a infraestrutura do grupo.
Os poderes incluirão a possibilidade de nomear o presidente de uma empresa recém-criada, denominada Optics HoldCo, que será a proprietária total da infraestrutura, de acordo com duas fontes informadas sobre o assunto.
Aprovado pelo conselho de administração da TIM (BVMF:TIMS3) em dezembro e autorizado pelo governo italiano neste mês, o acordo avalia a rede em até 22 bilhões de euros e estabelece uma empresa somente de atacado para fornecer capacidade de banda larga à Telecom Italia e a outras operadoras de telecomunicações.
O presidente da Optics HoldCo, a ser nomeado pelo Tesouro, terá poderes de veto em questões como fusões e aquisições envolvendo os ativos da rede, de acordo com as fontes.
Roma, que planeja comprar uma participação de 15% a 20% no empreendimento de rede por até 2,2 bilhões de euros, também terá o poder de impedir que a KKR venda parte das ações da Optics HoldCo a investidores indesejados sob determinadas condições.
A KKR terá o direito de nomear a maioria do conselho da holding, que indicará o presidente-executivo após consultar os acionistas.
O fundo soberano de Abu Dhabi, cuja participação no negócio já havia sido divulgada em novembro, terá uma participação de 20%, acrescentaram as fontes.
O fundo italiano de infraestrutura F2i disse no início deste mês que levantou 1 bilhão de euros para controlar uma participação de cerca de 10% na infraestrutura.
Todas as partes se recusaram a comentar.
(Reportagem de Elvira Pollina e Giuseppe Fonte)