SÃO PAULO (Reuters) - O Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4) elevou nesta segunda-feira sua projeção para crescimento da carteira de crédito em 2024 após registrar lucro líquido superior às expectativas de analistas no terceiro trimestre, conforme relatório de resultados.
O Itaú encerrou o terceiro trimestre com um lucro líquido gerencial de 10,675 bilhões de reais, uma alta de 18% ante o desempenho no mesmo período de 2023.
Projeções compiladas pela LSEG apontavam lucro líquido de 10,359 bilhões de reais no período para o maior banco brasileiro em ativos.
O banco manteve a maioria de suas projeções para 2024, que incluem custo do crédito entre 33,5 bilhões e 36,5 bilhões de reais e crescimento da margem financeira com clientes entre 4,5% e 7,5%, exceto a previsão para expansão da carteira de crédito, que passou de 6,5% a 9,5% para entre 9,5% e 12,5%.
A margem financeira do Itaú aumentou 8,5% ano a ano, para 28,5 bilhões de reais, com a margem com clientes totalizando 27,5 bilhões de reais (+7,4%) e margem com o mercado alcançando 1,06 bilhão de reais (+47,7%).
As receitas com prestação de serviço no terceiro trimestre aumentaram 5% na comparação anual, enquanto as decorrentes de operações de seguros subiram 15%.
O retorno recorrente gerencial anualizado sobre o patrimônio líquido médio consolidado totalizou 22,7%, de 21,1% um ano antes e 22,4% no segundo trimestre de 2024. Apenas na operação Brasil, ficou em 23,8%.
Na semana passada, o Bradesco (BVMF:BBDC4) divulgou uma alta de 13,1% no lucro líquido recorrente no terceiro trimestre, a 5,2 bilhões de reais, enquanto Santander Brasil (BVMF:SANB11) mostrou aumento de 34,3%, a 3,66 bilhões de reais.
O Bradesco apurou um retorno sobre o patrimônio médio (ROAE) de 12,4% e o Santander Brasil registrou 17%.
Ainda entre os incumbentes, o Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) divulga seu desempenho trimestral no próximo dia 13, após o fechamento do mercado.
Conforme os dados divulgados nesta segunda-feira pelo Itaú, a carteira de crédito do banco somou 1,28 trilhão de reais no final de setembro, de 1,25 trilhão de reais ao final do segundo trimestre e de 1,16 trilhão de reais um ano antes.
A carteira da pessoa física subiu 5,1% ano a ano, enquanto a de micro, pequenas e médias empresas mostrou aumento de 12,3% e a de grandes empresas apurou elevação de 14,4%. Na base trimestral, houve altas de 2,5%, 4,1% e 0,7%, respectivamente.
O índice de inadimplência acima de 90 dias total ficou em 2,6%, de 3,0% um ano antes e 2,7% no trimestre imediatamente anterior. O custo do crédito somou 8,25 bilhões de reais, queda de 11,0% ano a ano e de 6,4% ante o segundo trimestre.
A redução do custo do crédito ocorreu "em função da menor despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa em todos os segmentos", afirmou o banco, que destacou em relatório impacto positivo de 500 milhões de reais devido a um "cliente específico do segmento de grandes empresas", sem especificar.
Analistas já aguardavam um potencial ganho para o Itaú à medida que a Americanas (BVMF:AMER3), em recuperação judicial, começa a pagar seus credores.
Na visão do Citi, o resultado marca um trimestre "bem equilibrado" para o Itaú. Os analistas classificaram os resultados como "sólidos", fazendo referência à revisão para cima da projeção de crescimento da carteira de crédito.
Executivos do Itaú realizam videoconferência sobre o balanço com analistas na terça-feira, a partir das 10h.
(Por Paula Arend Laier e Patricia Vilas Boas; reportagem adicional de André Romani)