Investing.com – Bom, mas o mercado já esperava desta forma. Os resultados do Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4) foram considerados robustos e elogiados por analistas, mas não foram o suficiente para movimentar muito as ações do bancão, que anda de lado nesta quarta-feira, 07. Melhorias em praticamente todas as frentes e rentabilidade superior a 20%, acima de players do setor, estiveram entre os destaques citados por bancos e corretoras. Às 16h33 (de Brasília), as ações preferenciais subiam 0,42%, a R$33,82.
O banco registrou lucro líquido recorrente de R$10,1 bilhões de reais no segundo trimestre, o que representa uma alta anual de 15,2% em relação ao mesmo intervalo do ano passado, somente um pouco superior às projeções da LSEG, que indicavam R$9,993 bilhões.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) anualizado atingiu 22,4%, contra 20,9% no mesmo período do ano passado e 21,9% ao final de março. A tendência é de que o indicador siga acima de 20%, disse o presidente-executivo do Itaú, Milton Maluhy Filho. Além da rentabilidade em alta, a carteira de crédito também teve expansão, somando R$1,25 trilhão ao final do período, crescimento de 8,9% ano a ano.
Analistas elogiam o balanço, mas sem grandes surpresas
Esse foi outro trimestre estelar (e previsível), com todas as tendências operacionais em linha com o guidance, disse o Bank of America (NYSE:BAC) (BofA) em relatório, em que reforça compra na ação, com preço-alvo de R$38.
“As operações brasileiras registraram ROE de 23,6%, com sólida geração de receita, despesas operacionais controladas e menores provisões”, apontam os analistas Mario Pierry e Antonio Ruette, que consideram a solidez do balanço como um dos diferenciais da instituição financeira frente aos seus pares.
O BTG (BVMF:BPAC11) elogiou o equilíbrio entre crescimento e alta lucratividade, também reforçando compra na ação, com preço-alvo de R$41. “Após um início fraco no primeiro trimestre, também viu a carteira de empréstimos reacelerar no segundo trimestre, o que combinado com a recuperação de a carteira de cartão de crédito no segundo semestre deverá continuar apoiando o NII”, comemoram Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel, Thiago Paura, que consideram o Itaú como banco incumbente “premium”.
O balanço foi visto como consistente pela XP Investimentos (BVMF:XPBR31), o que levou os analistas Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre a reforçarem a recomendação de compra na ação, com preço-alvo de R$42, elencada como uma das suas principais escolhas.
“O índice de inadimplência acima de 90 dias permaneceu estável em 2,7%, o nível mais baixo em dois anos. O NII manteve seu ritmo de crescimento, atingindo R$ 27,7 bilhões no 2T24, com notável crescimento de 31% no NII com o mercado, impulsionado pelos ganhos na estratégia de trading no Brasil”, detalhou a XP, que considerou o lucro recorde como acima do esperado.
O Itaú teve um balanço avaliado como positivo pelo BB Investimentos, que questiona se a rentabilidade de 22% é o novo normal e enxerga resultados sólidos nos próximos trimestres, o que motiva a recomendação de compra, com novo preço-alvo de R$43,10, de R$40 anteriores.
“O resultado foi praticamente um gabarito do que se espera em termos de evolução operacional, com avanço em basicamente todas as frentes de receitas, aliado a custos e inadimplência sob controle”, elogia o analista Rafael Reis.
O nível de aceleração do crescimento do crédito sugere que a instituição financeira deve buscar alcançar o topo do guidance, previsto em 9,5% para este ano, em sua visão. Mesmo assim, o custo do crédito veio praticamente estável.
“Esse crescimento se deu principalmente nos segmentos PJ, mas também houve boa contribuição da linha crédito pessoal, de acordo com o banco, concentrada nos segmentos Personnalité e Uniclass. Acompanhando de perto esse crescimento, vimos expansão tanto na margem com clientes (crédito), quanto em margem com mercado (tesouraria)”, completa o analista.