SÃO PAULO (Reuters) - O presidente do Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4), Milton Maluhy Filho, afirmou nesta terça-feira que a expectativa do maior banco brasileiro é de que as provisões para inadimplência se estabilizem em um patamar muito próximo ao atual nos próximos trimestres. Em videoconferência com jornalistas após divulgar balanço na noite da véspera, Maluhy Filho afirmou que se a instituição tivesse mantido mesmo portfólio de crédito de 2021 até hoje o nível de provisão seria "substancialmente maior".
No segundo trimestre, as despesas de provisão para calotes somaram 9,6 bilhões de reais, alta de 6,7% na comparação trimestral e de 23% na base anual.
O executivo disse que o banco conseguiu estabilizar os indicadores de inadimplência nos últimos trimestres. "Vemos sinais muito benignos e avanços positivos na direção correta", acrescentou Maluhy Filho, referindo-se às decisões de juros do Banco Central.
"Mas é uma maratona, os indicadores de curto prazo são encorajadores, mas temos que continuar na toada de entregar crescimento", acrescentou.
O Itaú Unibanco divulgou na noite da véspera lucro recorrente de 8,74 bilhões de reais no segundo trimestre, avanço de 13,9% frente ao mesmo período do ano passado. Também revisou projeções para o ano, reduzindo a estimativa de crescimento da receita de prestação de serviços e resultado de seguros para o intervalo de 5% a 7%, ante expectativa de alta de 7,5% a 10,5% anteriormente.
Questionado sobre possibilidade de melhoria nos retornos a acionistas, o presidente do Itaú Unibanco afirmou que vê "espaço para aumento do pay out do banco", mas citou que é difícil fazer projeções diante da esperada regulação, no segundo semestre, da norma de Basileia de risco operacional.
E assim como os rivais Santander Brasil (BVMF:SANB11) e Bradesco (BVMF:BBDC4), o Itaú Unibanco espera para o segundo semestre uma retomada no crescimento dos mercados de capital e de fundos, embora a atividade econômica deve apresentar arrefecimento em razão do patamar da Selic, disse Maluhy Filho.
Sobre o programa de renegociação de dívidas incentivado pelo governo federal, Desenrola, o presidente do Itaú Unibanco afirmou que o banco já desnegativou mais de 630 mil CPFs e renegociou mais de 200 mil contratos.
Mas a negociação da dívida da Americanas (BVMF:AMER3) segue na pauta, com o presidente do Itaú Unibanco evitando mencionar quando um acordo poderia ser alcançado. O executivo afirmou que os acionistas da rede de varejo têm "interesse genuíno" em uma solução para a dívida e que o ambiente de negociações "é construtivo".
Na semana passada, o presidente-executivo do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, afirmou que a expectativa agora é que um acordo possa ser alcançado na época da divulgação do balanço auditado da varejista, entre setembro e outubro.
(Por Alberto Alerigi Jr.)