A Itaúsa (BVMF:ITSA4) informou nesta terça-feira, 5, que fechou, em conjunto com a Votorantim, a compra da fatia da Andrade Gutierrez na operadora de infraestrutura CCR (BVMF:CCRO3). A operação envolve ao todo 14,9% do capital da empresa, por um valor de R$ 4,127 bilhões.
À CCR, a Andrade Gutierrez informou que o valor por ação no acordo foi de R$ 13,75, o que embute um prêmio de 14% em relação ao preço de tela do papel da CCR nesta terça-feira.
A operação envolve 300.149.836 ações da CCR. A Itaúsa ficará com a maior parte, ou 208.669.918, o que lhe dará 10,33% do capital da empresa. O investimento da holding será de R$ 2,9 bilhões, de acordo com comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), parte com recursos próprios e parte com capital de terceiros. Segundo a empresa, não deve haver impacto financeiro da transação neste exercício social.
O Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, havia antecipado em março que as duas empresas estavam interessadas em entrar no capital da CCR, ao adquirir a fatia da Andrade Gutierrez. A negociação foi confirmada naquele mesmo mês, e desde então, foram cumpridas algumas etapas, como a consulta aos sócios do bloco de controle da empresa.
Se a operação for concluída, a Itaúsa terá direito a indicar ao conselho de administração da companhia o mesmo número de conselheiros que os demais signatários do acordo de acionistas 1, bem como aos comitês de assessoramento da companhia.
"Esse investimento reúne características fundamentais da estratégia de alocação eficiente de capital da Itaúsa, que considera empresas líderes em seus setores de atuação, a relação risco/retorno atrativa, o potencial de crescimento e impacto positivo para a sociedade", disse em nota Alfredo Setubal, diretor-presidente da Itaúsa. "Essa transação reafirma nossa confiança no futuro do Brasil e reforça nosso compromisso com a criação de valor de longo prazo para nossos acionistas e para sociedade."
A CCR gere cerca de 3,7 mil quilômetros de malha rodoviária no País, em Estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul. A rodovia Presidente Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro e é considerada uma das joias da coroa da malha viária nacional, é uma dessas concessões.
A conclusão da operação está sujeita ao cumprimento de condições precedentes, como o não-exercício do direito de preferência de determinados acionistas, segundo carta enviada pela Andrade Gutierrez à CCR, e também à aprovação por parte do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).